domingo, maio 22, 2011

AVE MARIA DE EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE (FICÇÃO)

"Ave Maria cheia de graça, meus lábios ainda têm o gosto do beijo, o senhor é convosco, minhas mãos ainda têm o cheiro de corpo, Bendita sois entre as mulheres, porque é este mundo de dores, e bendito, o mesmo mundo dos prazeres, é o fruto do vosso ventre,o mesmo da compaixão, Jesus. É porque amo que estou mais perto de ti, Santa Maria mãe de Deus, e amo com os sentimentos, porque me deste coração, amo com a alma, porque me deste espírito, e, rogai por nós, amo com o corpo, porque me deste carne. Neste mundo não há, pecadores, se são os seios que enrigecem os mesmos que amamentam. Agora, se é o ventre que se entrega o mesmo que pare, na hora da maior vida, e, o mesmo que seca, na hora da nossa morte. Amém.
Eufrásia rezava."

Oração feita por Eufrásia Teixeira Leite, após sua primeira noite de amor com Joaquim Nabuco, sem serem casados.

OS MUNDOS DE EUFRÁSIA - CLAUDIA LAGE

O NOME DA ROSA

Ontem, assisti novamente O NOME DA ROSA e em determinada cena, um frei franciscano disse que o diabo precisa existir para que as pessoas acreditem e se apeguem a Deus. Mesmo contextualizando a frase, situando-a na Idade Média, fiquei pensativa... Não quero me aproximar de Deus por medo, mas por amor e vontade. Não dá pra dizer que isso só acontecia naquela época. Até hoje, algumas religiões prendem seus fiéis com base na mesma premissa. Ou seja, se você não frequentar a igreja e não cumprir os ensinamentos bíblicos - que na minha opinião são questionáveis - algo de ruim poderá lhe acontecer. Definitivamente, isso não é o que eu quero. Busco um Deus diferente.

quarta-feira, maio 18, 2011

PRÓXIMA LEITURA: O ANIMAL AGONIZANTE (PHILIP ROTH)



"Philip Roth apresenta uma novela protagonizada pelo personagem surgido em 1973, na novela 'O seio', e retomado em 1977 no romance 'O professor de desejo'. 'O animal agonizante' é a história de David Kepesh, professor aposentado que faz sucesso com um programa cultural na televisão e que todos os anos oferece um curso livre na universidade, em que sempre conquista namoradas com um terço de sua idade. Seu discurso - dirigido a um interlocutor que só no final se manifesta - é uma afirmação de seu sentimento de liberdade e de seu horror a todo vínculo emocional. Mas o egoísmo calculista de Kepesh não resiste à paixão que o domina quando conhece Consuela Castillo, jovem de vinte e quatro anos, filha de uma rica família de imigrantes cubanos, cuja beleza excepcional faz com que sinta bem mais do que atração sexual. Depois de um ano e meio de relacionamento os dois se separam, mas Kepesh continua obcecado. Anos mais tarde, Consuela o procura para lhe fazer uma revelação trágica. Kepesh se vê então dividido entre os imperativos da razão, que não permitem que se envolva, e a força da paixão que o impele a assumir uma relação mais séria com uma mulher. A força do texto está no contraste entre as racionalizações rígidas de um homem autocentrado e o poder da paixão que irrompe, imprevisível, destruindo suas certezas."

Recomendado pelo inesquecível professor LUÍS FERNANDO MEDEIROS (LITERATURA CONTEMPORÂNEA)

O PERSEGUIDO - LUIZ ALFREDO GACIA-ROZA



"O psiquiatra de um hospital universitário sente-se perseguido por um jovem paciente. O sentimento de perseguição aumenta a cada dia e passa a ser vivido por outras pessoas ligadas ao médico. Misteriosamente, o paciente desaparece e, depois de alguns meses, é dado como morto.
A essa morte seguem-se outras, sem que se possa determinar quem está sendo perseguido e quem é o perseguidor. Tampouco é possível concluir com clareza se as pessoas morreram de morte natural ou se foram assassinadas.
Em meio a essa trama, o delegado Espinosa tenta separar o que é real do que é fantasia, tendo como guia apenas a convicção de que a morte não é um delírio."


Recomendo O PERSEGUIDO, indicado para os alunos do 9º ano do Centro Educacional de Niterói, pois passei uma madrugada em claro terminando a instigante leitura, cheia de mistério e suspense. Adorei!!!

PRÊMIO JUSTO




"O escritor americano Philip Roth, conhecido por romances como "O complexo de Portnoy" e pela "Trilogia americana", ganhou o quarto prêmio Man Booker International. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18), na Austrália.

Roth concorria com outros importantes escritores, entre eles, o espanhol Juan Goytisolo, o libanês Amin Maalouf, a italiana Dácia Maraini, as americanas Anne Tyler e Marilynne Robinson, os chineses Su Tong e Wang Anyi, o canadense Rohinton Misty e os britânicos John le Carré, James Kelman e Philip Pullman.

O anúncio do prêmio bienal, no valor de 68,4 mil euros (US$ 97.469), foi durante entrevista coletiva realizada na ópera de Sydney. Entre os autores agraciados com o prêmio figuram o albanês Ismail Kadaré (2005), o nigeriano Chinua Achebe (2007) e o canadense Alice Munro (2009).

"Durante mais de 50 anos, os livros de Philip Roth, de raízes judaicas, estimularam, provocaram e divertiram milhares de pessoas", comentou o presidente do júri, Rick Gekoski. "Sua imaginação não só transformou nossa ideia sobre a identidade judaica, mas reanimou o gênero da ficção e não só a ficção americana."

"Sua carreira é impressionante pelo fato de ter começado em alto nível e não deixou de melhorar. Com 50, 60 anos, quando a maioria dos romancistas começa a declinar, escreveu uma série de romances da máxima qualidade", disse Gekoski.

"Sua obra mais recente, 'Nemesis' [2010], é tão leve, memorável e viva como as anteriores."

O próprio Roth, citado pela organização no comunicado, assinalou que "um dos prazeres especiais" que sentiu como escritor é o de saber que sua obra foi lida no mundo inteiro. Ele é autor de obras tão conhecidas e traduzidas como "O complexo de Portnoy" (1969), a primeira que ganhou fama, "Operação Shylock" (1993), e "O animal moribundo" (2001).

Também é conhecido por sua trilogia na qual disseca a sociedade americana do século 20: "A pastoral americana" (1997), "Casei com um comunista" (1998) e "A mancha humana" (2000).

Muitas de suas obras refletem os problemas de assimilação e identidade dos judeus norte-americanos, o que o vincula a outros autores de seu país como o prêmio Nobel Saul Bellow e Bernard Malamud.

O personagem que aparece com maior frequência em seus romances é o escritor Nathan Zuckermann através do qual Roth explora os aspectos tragicômicos da assimilação judaica nos EUA, pelo qual recebeu críticas por alguns considerarem esse personagem de ficção seu alter ego."

(http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/escritor+philip+roth+vence+premio+man+booker+international/n1596961995494.html)