tag:blogger.com,1999:blog-264395472024-03-07T20:40:02.181-04:00ANTÍDOTO (2ª dose)adj. s.m. FARM 1 que ou o que combate os efeitos de uma toxina ou veneno (diz-se de substância, medicamento, soro). s.m. 2 p.ext. o que evita ou corrige (vício, defeito, estado de depressão psicológica, paixão etc.); corretivo, remédio. ETIM lat. antidôtum,i'id.', do gr. antidoton, ou 'id'. Dicionário HouaissANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.comBlogger493125tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-87541426872468334482018-01-22T11:32:00.000-04:002018-01-22T11:32:18.316-04:00
<div align="center" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
85
minutos e 4 segundos</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
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<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Oitenta
e cinco minutos e quatro segundos. Foi esse o tempo de duração da
nossa mais recente conversa ao telefone. Tive a curiosidade de vê-lo
registrado no celular. Afinal, eram tantos os assuntos em pauta... O
que mais me chamou a atenção foi a sua relação com elas, as
palavras. Não imaginava encontrar eco em você, não com essa
amplitude, embora soubesse que a leitura faz parte do nosso
território comum, dentre tantos temas que nos aproximam. A palavra
eco mexeu comigo. Gostei e descobri via Google que “um eco
verdadeiro é uma única reflexão da fonte de som”.
</div>
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<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Desliguei.
Fui dormir. Era madrugada e estava cansada. Não consegui. Elas não
saíam do meu pensamento. As minhas, as suas. Estavam com as mãos
enlaçadas. Abraçaram-se em perfeita sintaxe, formaram orações
subordinadas aos sentimentos, ao tempo. Nosso texto foi ficando
coeso, rico em verbos no futuro do presente e alguns no pretérito,
ainda imperfeito, mas indicativo...</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Fazia
frio. Cobri meu corpo com os termos de cada oração, tentando
adormecer em paz. Antes, porém, precisava desdobrá-los,
desvendar-lhes os sentidos, para me sentir totalmente aquecida. Foi
quando descobri estar entre verbetes Houaissianos e neologismos
vindos diretamente das Veredas dos seus Grandes Sertões. É, não há
tradução possível. Rosa só tem sentido em nossa língua, assim
como a saudade.</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Então,
perdida ao buscar coerência e me tornar inteligível – sei que não
sou –, evitei a voz passiva que ainda soava em meus ouvidos.
Procurei a ordem direta, cortei adjetivos e percebi o que me
incomodava: advérbios de lugar. Continentes diferentes. Estávamos,
fisicamente, bem distantes.</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Vieram
em meu socorro os advérbios de intensidade e modo. Vi que sentia
muito a sua falta e de forma doída. Ah, as afinidades, os elos, os
conectivos. Como fazem falta! Verdadeiros elãs da vida. Não houve
emplastro ou bálsamo que pudesse colocar um ponto final nesse
período, nesse inverno. Optei por esperar a chegada da primavera.
Sei que quando entrar setembro as noites ficarão mais quentes.</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Hora da
revisão do que foi dito. Há boas elipses, mas ambiguidade e
redundância também. Não vou cortá-las, pois sempre fizeram parte
do nosso discurso. Ah, bem observado: não existem clichês entre nós
e a semântica continua tudo de bom, com implícitos e explícitos à
vontade, na fala de cada um, com todos os significantes e
significados possíveis.</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Qual o
seria o gênero adequado para a escrita? Crônica ou e-mail? Ambos.
Quanta metalinguagem!Quem sabe consigo fazer diferente ao transcrever
a próxima ligação que houver entre nós.
</div>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-41104131664805593552018-01-18T16:10:00.002-04:002018-01-19T11:11:54.573-04:00ARTIGO: A LITERATURA COMO FATOR DE EQUILÍBRIO PARA O SER HUMANOA LITERATURA COMO FATOR DE EQUILÍBRIO PARA O SER HUMANO<br />
<br />
RESUMO<br />
<br />
O presente trabalho demonstra, através de relatos e de narrativas ficcionais, a possibilidade da literatura influenciar positivamente e gerar equilíbrio ao ser humano, principalmente quando este se encontra em períodos de dificuldades, sejam eles gerados por uma calamidade, provocados por quaisquer eventos externos, pela sua própria história de vida ou por fases de conflitos existenciais.<br />
<br />
Relatos como o de Marina Colasanti e os contidos no filme Escritores da Liberdade, baseado em fatos reais, assim como a ficção de Balzac e a costureirinha chinesa e Farenheit 451, confirmam o poder da literatura sobre o homem e deixam clara a sua influência benéfica. No dizer de Antônio Cândido, “talvez não haja mesmo equilíbro social sem literatura” e para Llosa o homem precisa de um outro mundo para viver.<br />
<br />
Com supedâneo nas mencionadas obras e autores, o texto traz a lume o fato de que a literatura, sob todas as suas formas (mitos e lendas, contos, poemas, romances, teatro, diários íntimos, histórias em quadrinhos, livros ilustrados e ensaios), fornece um suporte notável para despertar a interioridade, colocar em movimento o pensamento, relançar a atividade de simbolização, de construção de sentido, incitando trocas inéditas, a fim de colocar o homem em estado de catarse, equilibrando a mente por meio da leitura.<br />
<br />
INTRODUÇÃO<br />
<br />
<br />
A ideia de que a leitura pode contribuir para o bem-estar é tão antiga quanto a crença de que pode ser perigosa ou nefasta.<br />
<br />
Sabe-se que Primo Levi recitava Dante em Auschwitz aos seus amigos e, de maneira semelhante, Marc Soriano contou um dia como Pinóquio o ajudara, quando criança, a sobreviver à morte de seu pai e à anorexia que em seguida ameaçou sua vida. Ele teria devorado, mastigado, ingerido, regurgitado Pinóquio, no qual encontrou ao mesmo tempo o seu crime e a salutar revolta que lhe deu força par lutar contra o massacrante sentimento de culpa que a morte bastante real de seu pai ameaçava tornar irreversível e fatal, conforme relata Michéle Petit (p. 17, 2009).<br />
<br />
Já Montesquieu escreveu: “O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existido jamais uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim”.<br />
<br />
A leitura tem, portanto, os seguintes objetivos para o leitor: introspecção para o crescimento emocional, afastar a sensação de isolamento, verificar falhas alheias semelhantes às suas; permitir ao leitor verificar que há mais de uma solução para os seus problemas, ao verbalizar e exteriorizar; auxiliar o leitor a verificar suas emoções em paralelo às emoções dos outros; aferir valores; proporcionar informações necessárias à solução, e, encorajar o leitor a encarar sua situação de forma realista a ponto de conduzi-lo à ação.<br />
<br />
Assim, a partir de fatos reais e da ficção, este trabalho pretende ser um questionamento acerca de algumas das maneiras que permitem uma expansão das possibilidades, um resvalo dos caminhos pré-moldados, uma nova saída, um respiro.<br />
<br />
<br />
A LITERATURA COMO FATOR DE EQUILÍBRIO PARA O SER HUMANO<br />
<br />
"Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões do seu corpo.<br />
<br />
O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado e a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação".<br />
<br />
Jorge Luis Borges<br />
<br />
In Cinco visões pessoais<br />
<br />
Remontando a Aristóteles - filósofo que analisou a liberação da emoção resultante da tragédia, a catarse (o ato de excitamento das emoções, de piedade e medo, proporcionando alívio prazeroso) - este trabalho tem por objetivo apresentar a literatura como fator de equilíbrio para o ser humano, como uma possível substituição do caos da vida pela ordem da narrativa. Para tanto, a partir de experiências vividas por mediadores de leitura, além de outros profissionais da área, discute tal assertiva, ou seja, a teoria e a prática de se colocar a literatura entre a adversidade e a abstração, proporcionando a sensação de constância, onde poderá ser encontrada a força necessária para lidar com a realidade, diante de situações providas de menor ou maior complexidade existencial.<br />
<br />
É certo que as palavras são o instrumento essencial do tratamento do espírito. Convencem, emocionam, influenciam – e pode-se inferir aqui também o sentido da catarse aristotélica.<br />
<br />
Generalizando o efeito catártico, é possível substituir o teatro pelos textos literários, visto que os mesmos provocam igualmente emoções e paixões. Cumpre lembrar que Aristóteles concebeu o espetáculo trágico como capaz de transformar o medo e a piedade em prazer estético e isto porque tais emoções são despertadas por uma representação artística, já tendo perdido, assim, sua força nociva (ARISTÓTELES, 2005). Partindo do pressuposto de que a experiência poética é catártica, vale lembrar que o filósofo tomou de empréstimo o vocábulo médico que indica purificação do corpo de elementos nocivos e utilizou-o no sentido de purificação psicológica e intelectual. É nessa perspectiva que se enfoca a leitura de textos literários como desempenhando uma função catártica, de acordo com a moderna concepção de catarse, em que o termo é utilizado com referência à função libertadora da arte.<br />
<br />
Dessa forma, em situações de calamidade, em virtude de pós-guerra ou eventos da natureza causadores de catástrofes, como terremotos e tsunamis, é que o ser humano necessita de um mecanismo de escape. A impossibilidade real de desenvolver a leitura faz necessária, muitas vezes, a presença do mediador, pois esse poderá levar, com mais tranqüilidade diante dos fatos, um mundo imaginário para aqueles que nele precisem entrar e buscar forças, acalmar a mente e fazê-la viajar por terras e tempos distantes, onde encontrará a paz para enfrentar mais um recomeço.<br />
<br />
A literatura se faz presente por meio das narrativas. Benjamin (1996. p. 221), em seu famoso ensaio O narrador – Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov, tece as seguintes considerações:<br />
<br />
O narrador figura entre os mestres e os sábios. Ele sabe dar conselhos: não para alguns casos como os provérbios, mas para muitos casos, como o sábio. Pois pode recorrer ao acervo de toda uma vida (uma vida que não inclui apenas a própria experiência, mas em grande parte a experiência alheia. O narrador assimila à sua substância mais íntima aquilo que sabe por ouvir dizer). Seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é contá-la inteira. O narrador é o homem que poderia deixar a luz tênue de sua narração consumir completamente a mecha da sua vida. Daí a atmosfera incomparável que circunda o narrador, em Leskov, como em Hauff, em Poe como em Estenvenson. O narrador é a figura na qual o justo se encontra consigo mesmo.<br />
<br />
O mencionado ensaio data de 1936 e nele o autor fala sobre o imenso valor da figura do narrador, aquele que ouve, recolhe e conta histórias, e afirma que pessoas com essas características estão em vias de desaparecimento. Hoje, podemos dizer que o narrador vem ressurgindo, depois de um período de obscuridade. Há no Brasil e no mundo um movimento de contadores de histórias cada vez mais forte. Existem cursos para leigos e educadores, formação de mediadores de leitura, psicólogos usando a literatura para tratar crianças e adultos, ou seja, a leitura ficcional atualmente tem um papel que foge ao âmbito tão-somente da educação, vai além. É fruição, forma de trazer paz à mente e também prazer, como preceitua Barthes (2002. p. 12).<br />
<br />
Para Antônio Cândido1, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem literatura, e vista deste modo, a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que ele se refere parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito.<br />
<br />
Marina Colasanti (1984, p.17), em sua obra Fragata para terras distantes, diz que a viagem realizada através da literatura arranca-nos da categoria do real, introduzindo-nos na do imaginário, no mais que real, onde encontramos o equilíbrio e o bem-estar. Ao contar sobre sua infância na Itália, lembra-se que - em pleno nomadimo - uma normalidade estável foi criada por seus pais, para si e seu irmão. Essa normalidade foi a leitura, uma biblioteca. E quando olhava pela janela o símbolo do fascismo, comendo couve-flor os sete dias da semana, continuava lendo. Refugiada nas momtanhas e vendo a fumaça advinda da destruição de Milão pelos bombardeios, continuava lendo. Foi o que garantiu a sua serenidade naqueles tempos difíceis.<br />
<br />
Acreditamos que mesmo no dia-a-dia, sem a presença de infortúnios, o homem - de maneira geral - precisa de um “outro mundo para viver”. Vejamos o que pensa o escritor Mario Vargas Llosa (2009) a esse respeito em seu ensaio É possível pensar o mundo sem o romance?2:<br />
<br />
A literatura não diz nada aos seres humanos satisfeitos com seu destino, de todo contentes com o modo como vivem a vida. A literatura é alimento dos espíritos indóceis e propagadora da inconformidade, um refúgio para quem tem muito ou muito pouco na vida, onde é possível não ser infeliz, não se sentir incompleto, não ser frustrado nas próprias aspirações. Cavalgar junto ao esquálido Rocinante e a seu desregrado cavaleiro pelas terras da Mancha, percorrer os mares em busca da baleia branca com o capitão Ahab, tomar o arsênico com Emma Bovary ou transformar-se em inseto com Gregor Samsa é um modo astuto que inventamos para nos mitigar pelas ofensas e imposições desta vida injusta que nos obriga a sermos sempre os mesmos, enquanto gostaríamos de ser muitos, tantos quantos fossem necessários para satisfazer os desejos incandescentes de que somos possuídos.<br />
<br />
Só momentaneamente é que o romance aplaca essa insatisfação vital, mas, nesse intervalo milagroso, nessa suspensão temporária da vida em que a ilusão literária nos imerge - que parece nos arrancar da cronologia e da história e nos converter em cidadãos de uma pátria sem tempo, imortal - somos outros. Mais intensos, mais ricos, mais complexos, mais felizes, mais lúcidos do que na rotina forçada da nossa vida real. Quando, fechado o livro, posta de parte a ficção, voltamos àquela e a comparamos com o território resplandecente que mal acabamos de deixar, espera-nos uma grande desilusão. Isto é, esta grande confirmação: que a vida sonhada do romance é melhor - mais bela e variada, mais compreensível e perfeita - do que a que vivemos quando estamos despertos, uma vida tolhida nos limites e na servidão a nossa condição.<br />
<br />
No livro Balzac e a cotureirinha chinesa (Daí Sijie), dois adolescentes que vivem na época em que a China realiza numerosas mudanças em sua política, como também em seu estilo de vida social e cultural, são levados para um campo de reeducação pelo regime de Mao Tsé Tung, e – forçados - vão parar em uma aldeia perdida, próxima da fronteira com o Tibete, durante a década de 1960. Nesta região inóspita, próxima da Montanha da Fênix, os dois tentam sobreviver, trabalhando sem parar, tratados como animais e com pouca comida. Durante essa "reeducação", os jovens descobrem uma mala cheia de livros proibidos pela Revolução – quase todos os livros inimagináveis para aquele momento, Balzac, Dumas, Flaubert, Baudelaire, Rousseau, Dostoievski, Dickens - e descobrem o prazer de ler, de sonhar e pensar com coisas que até aquele momento nem sabiam que existiam, como por exemplo o amor.<br />
<br />
O amor faz com que os adolescentes comecem a reeducar uma jovem camponesa, moradora de uma aldeia vizinha, que vive de fazer costuras. A moça ante às leituras de Balzac e outros clássicos europeus, consegue distinguir um novo mundo de possibilidades. Há uma história de amor entre os dois jovens e a costureirinha, e o amor maior pela literatura, já que o conhecimento e amadurecimento adquiridos por meio da leitura, em momentos de tantas dificuldades, fazem com que ela parta em busca de uma nova vida.<br />
<br />
Trata-se, portanto, de um romance sobre a felicidade nascida das descobertas, da liberdade adquirida através dos livros e a fome insaciável pela leitura, numa época em que as universidades foram fechadas e os jovens intelectuais mandados ao campo para serem reeducados por camponeses pobres. O equilíbrio advindo dos grandes clássicos foi o que lhes deu força para a sobrevivência, naquela fase difícil.<br />
<br />
O filme Os escritores da liberdade (do diretor Richard LaGravenesse) narra fatos verídicos ocorridos numa escola localizada em um bairro americano, dominado por gangues e frequentada por estudantes de origem negra, asiática e de outros países, sofredores de vários tipos de violência. São adolescentes vítimas de preconceito e extremamente agressivos. Porém, as vidas daquelas pessoas começa a mudar a partir do interesse de uma professora de inglês e literatura que se aproxima do mundo delas e nele insere livros como O diário de Anne Frank (dentre outros), que apresenta o holocausto, fazendo com que eles se vejam como os judeus na Alemanha nazista – discriminados - e possam refletir sobre suas próprias vidas, crescendo a partir das semelhanças históricas e querendo lutar, como Anne, apesar do final trágico da heroína.<br />
<br />
Outra obra que trata do tema é Fahrenheit 4513, de Ray Bradbury, a qual fala sobre um tempo futuro no qual os bombeiros têm como função incendiar livros e Farenheit 451, título do livro, é a temperatura em que o papel queima. Nesse local criado pelo autor, os livros configuram uma ameaça ao sistema, numa sociedade onde eles são absolutamente proibidos, a fim de que uma espécie de praga não seja disseminada pelo conhecimento. Para coroar a alienação em que vive essa sociedade, anestesiada por informações triviais, as casas são dotadas de televisores que ocupam paredes inteiras dos cômodos, e exibem famílias com as quais se pode dialogar, como se estas fossem de fato reais.<br />
<br />
Porém, o bombeiro e protagonista da história, atravessando séria crise ideológica, conhece sua nova vizinha que o instiga à leitura. Assim, ele passa a ler e esconder livros dentro da sua própria casa, até ser denunciado, quando, pensando de forma totalmente diferente de seus pares, foge e encontra uma comunidade na floresta, onde várias pessoas vivem e têm seus nomes substituídos pelos dos clássicos da literatura mundial, os quais são decorados e declamados constantemente, para que não se percam.<br />
<br />
O ser humano, como criação contínua e em movimento constante, encotra suas forças no processo narrativo interpretativo nessa atividade. A literatura oferece um local de acolhida a ser encontrado. Monteiro Lobato dizia ter vontade de escrever livros onde as crianças sentissem vontade de morar. Os livros lidos são moradas emprestadas onde é possível se sentir protegido e sonhar com outros futuros, elaborar uma distância, mudar de ponto de vista.<br />
<br />
As palavras não são neutras. A linguagem metafórica conduz o homem pra além de si mesmo; ele se torna outro, livre no pensamento e na ação.<br />
<br />
Segundo Michèle Petit (p. 71, 2008), em sua obra Os jovevns e a leitura, quanto mais formos capazes de nomear o que vivemos, mas aptos estaremos para vivê-lo e transformá-lo. Enquanto o oposto, a dificuldade de simbolizar, pode vir acompanhada de uma agressividade incontrolada. Quando se é privado de palavras para pensar sobre si mesmo, para expressar sua angústia, sua raiva, suas esperanças, só resta o corpo para falar: seja o corpo que grita com todos os seus sintomas, seja o enfrentamento violento de um corpo com outro, a passagem para o ato.<br />
<br />
Pode-se concluir, a partir de experiências relatadas, assim como de obras ficcionais, que a leitura pode sim funcionar como fator de equilíbrio para o ser humano, a partir do momento em que lhe oferece meios para externar suas mais profundas emoções ou instantes em que faz com que saia do mundo real para viver o lado bom do imaginário, o que não necessariamente o leva a leituras de histórias com finais felizes, mas também a narrativas que se assemelhem a sua própria vida. A leitura da literatura é válida com esse objetivo, desde que traga tais benefícios, ainda que de forma não imediata e direta.<br />
<br />
Esse bem cultural permite um desvio vital, que conduz a vias desconhecidas, em ruptura com a situação de cada um, recoloca em movimento o desejo, permite recarregar o coração, recuperar o fôlego, reencontrar sob as palavras, emoções secretas compartilhadas, um pano de fundo de sensações, uma força que torna a movimentar o pensamento. É, então, um esquecimento temporário da dor, do medo ou da humilhação que se torna possível.<br />
<br />
Para além do caráter envolvente da leitura, dá-se também uma transformação das emoções e dos sentimentos, uma elaboração simbólica da experiência vivida. Daí, poder-se afirmar acerca do equilíbrio provocado pelo ato de ler/ouvir literatura.<br />
<br />
<br />
REFERÊNCIAS<br />
<br />
ARISTÓTELES. Arte Poética. São Paulo. Martin Claret, 2005.<br />
<br />
BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 2002.<br />
<br />
BENJAMIN, Walter (Obras escolhidas – Magia e técnica, arte e política). São Paulo: Brasiliense, 1996.<br />
<br />
COLASANTI, Marina. Fragatas para terras distantes. Rio de Janeiro: Record, 2004.<br />
<br />
MORETTI, Franco. O Romance, 1: A cultura do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2009.<br />
<br />
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva . São Paulo: Ed. 34, 2008.<br />
<br />
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. São Paulo: Ed. 34, 2009.<br />
<br />
<br />
TEXTO RETIRADO DA INTERNET<br />
<br />
<br />
Llosa, Mario Vargas. Em defesa do romance. Revista Piauí.<br />
<br />
http://www.revistapiaui.com.br/edicao_37/artigo_1159/Em_defesa_do_romance.aspx<br />
<br />
<br />
1 Antonio Candido, “O direito à literatura”, in Vários Escritos, São Paulo/Rio de Janeiro, Duas Cidades/Ouro sobre azul, 2004, pp. 174-5.<br />
<br />
2 MORETTI, Franco. O Romance, 1: A cultura do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p. 20 a 32.<br />
<br />
3Bradbury, Ray. Editora Globo. Rio de Janeiro, 2003ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-27566409712947706582013-08-05T18:02:00.003-04:002018-01-19T11:11:04.464-04:00HIGH TECHSou apaixonada por tecnologia e tento acompanhar as notícias sobre lançamentos de celulares, aplicativos, câmeras fotográficas e suas objetivas, assim como uma gama de aparelhos que me deixam completamente enlouquecida. Sou aficionada por produtos Apple. Samsung, Sony e Nokia disputam o segundo lugar, mas isso consome tempo e dinheiro. Ainda bem que essa paixão sempre perdeu para a literatura, para o amor aos livros tradicionais, de papel, com cheiro de novo ou antigo, não importa.<br />
Eis que um antigo problema voltou a me incomodar: a falta de espaço para guardar os queridos exemplares e isso motivou minha nova aquisição, um Kindle paper white. Foi uma grata surpresa, adorei!
As obras com encadernação mais caprichada, tipo Cosac Naif ou Taschen, continuarei comprando, já as demais, poderei simplesmente baixar com um clique. Acho que vai dar certo.
Em que pese todo esse entusiasmo pelo novo, por descobertas em qualquer âmbito, tenho me sentido um tanto assustada. Esse espanto começou, especificamente, com as impressoras 3D. Pode parecer besteira, mas não gostei de ver armas sendo materializadas, peça por peça, e funcionando como as que serviram de modelo. É claro que essa invenção irá impulsionar também a fabricação de próteses e poderá ser usada, em inúmeros casos, para o bem. Ainda assim...<br />
Temos, em fase de testes para desenvolvedores, o Google Glass. Já existem telas com rolagem por impulso dos olhos e outras tantas inovações. Enfim, uma evolução impossível de acompanhar. Isso sem falar no Big Data, um incômodo e um benefício ao qual todos estamos sujeitos. A velocidade e a quantidade de informações trafegando em tempo real é absurda. Toda a nossa vida, hábitos e preferências estão na rede. Descobri que se você quiser postar o trecho de um livro no Facebook ou no Twitter via Kindle, precisa antes autorizar o acesso da Amazon aos seus contados nas redes sociais, isso para que a maior loja virtual do mundo possa oferecer e vender produtos, de acordo com os gostos específicos de cada um. Esse é apenas um pequeno exemplo do que a Rede Mundial de Computadores pode realizar.<br />
Em razão do meu trabalho, tenho contato com a investigação de crimes cibernéticos (furto, pedofilia, etc.). Transferências são realizadas para contas bancárias de norte a sul do Brasil. Há buscas pelos números dos IPs de computadores, quebras de sigilo bancário e telemático, visando encontrar os estelionatários, o que, na maioria das vezes, não acontece. A situação é realmente mais grave do que se pensa.
Já repararam que ao navegar, por exemplo, no site Grooveshark (biblioteca musical on line), surgem - no lado direito da tela - propagandas de produtos já pesquisados por vocês na internet? Isso acontece em vários locais da rede e não se trata de mera coincidência.<br />
Há, inicialmente, duas opções: render-se à era da tecnologia e ao futuro que em instantes se transforma no presente, com todos os ônus e bônus, diretos e indiretos ou, simplesmente, não se expor em blogs, sites de relacionamentos e redes sociais, não ter cartões de crédito e débito, além de abrir mão dos telefones celulares e afins. Uma terceira possibilidade pode ser buscada, o meio termo, o equilíbrio, não sendo garantida, mesmo com toda cautela, a inexistência do Grande Irmão em meio aos seus dados pessoais e, atenção, com poucas restrições.
Eu já escolhi, ficarei com a primeira, arcando conscientemente com as consequências negativas, mas usufruindo dos benefícios que a internet nos proporciona. Faz parte do jogo.<br />
Christiane Reis
ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-58936238521885968572013-05-20T16:21:00.003-04:002018-01-19T11:14:26.926-04:00Aquela livraria<br />
Saí do trabalho e atravessei a baía, o que costumo fazer quando quero me atualizar culturalmente, mas não sem antes ligar para o querido livreiro Carlos, pedindo-lhe que separasse as novidades literárias para mim. Então, fui ao lugar onde sempre me senti em casa, a Livraria da Travessa – Ouvidor.<br />
Sentei junto à mesa de costume e o Carlinhos veio com uma pilha de livros recém-lançados. Pedi café, água mineral e comecei a folheá-los, cuidadosamente, separando os que levaria e anotando os títulos dos que encomendaria pelo site, enfim, feliz entre meus brinquedos favoritos.<br />
O Carlos se aproximou com um ar grave e disse: “sabia que vai fechar?” Heim? Como assim? “É difícil manter uma livraria para vender obras de editoras específicas, de universidades. É melhor vender esses livros junto aos best-sellers, na livraria maior, da Sete de Setembro. Há também a concorrência com a Cultura...” Gelei, entristeci, murchei.<br />
Imediatamente, as reminiscências dos quase quinze anos naquele lugar invadiram a mente. Os almoços, os amigos do Rio, os livreiros que me atenderam maravilhosamente durante esse tempo, enviando sacolas de livros para que eu analisasse com calma, nas horas vagas do trabalho; mandando entregar os presentes que comprava para os amigos, e até livros em minha casa chegavam, via moto-boy, quando passei a trabalhar do outro lado da boca banguela.<br />
Quando triste, ia à Travessa buscar conforto. Quando feliz, tomava vinho durante o almoço ou cerveja, depois de um dia entre processos judiciais tediosos, pra lavar a alma e encher a mente de poesia. Lá assisti pequenos shows de música e palestras, conheci Luiz Alfredo Garcia-Roza, com quem tive o prazer de conversar e fui apresentada às obras de Marçal Aquino (Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios), Carlson McCullers (O coração é um caçador solitário), Coetzee (Desonra), Ian Mcewan (Reparação), João do Rio (A alma encantadora das ruas),Sándor Márai (As brasas), João Antônio(Malaguetas, perus e bacanaços) e tantos outros. Lá aprendi mais sobre literatura contemporânea que na faculdade de Letras.<br />
Quando as minhas filhas cresceram um pouco, levei-as para conhecer a livraria. Ganharam livros infantis, saborearam o inesquecível risoto da Brasserie Rosário, que ainda funciona no local, mas, feliz ou infelizmente, só até o dia 29/05/2013.<br />
É estranho quando param de fabricar seu perfume preferido, afinal, as pessoas passam a lhe reconhecer por aquele aroma peculiar, como aconteceu com o Arbo da Boticário, que fixava melhor em mim que qualquer importado. É ruim quando fecham seu restaurante preferido, onde tantas datas especiais foram comemoradas, onde os garçons lhe chamam pelo nome, como se deu com a Trattoria Torna para que um fast-food pudesse ser inaugurado. É pior quando sua livraria favorita, intimista, encerra as atividades e um dos motivos é a concorrência com uma mega-store.<br />
Sinal dos tempos. Ciclos que se encerram, o que é natural e faz parte da vida. Mas, ficam as lembranças e com elas saudade e nostalgia, dessas “que botam a gente comovido como o diabo".<br />
<br />
Christiane Reis
ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-43868852682169384052013-04-12T16:23:00.003-04:002018-01-19T12:51:05.000-04:00PAPO DE MULHER...Caminhava à toa pelo centro da cidade, quando lembrei que a grafite 0,3, além de outros artigos de escritório, estavam no fim. Segui para a Papelaria União e dei início à escolha dos meus objetos, toda feliz, pois amo livrarias e lojas do gênero. Simplesmente, esqueço da vida entre clipes coloridos, cartões, canetas, lápis e coisinhas para enfeitar a mesa de trabalho.<br />
Sou uma arquiteta que projeta interiores e adora escrever. Tenho um blog e viciei nas redes sociais. Então, pra variar, estava com os ouvidos abertos às conversas alheias, observando pessoas, roupas, sapatos, enfim, percebendo tudo à minha volta pra poder postar no Face e rir dos comentários. Que futilidade! Vocês podem pensar, mas me distraio com isso. É bom pra arejar as ideias.<br />
Quando passava pela estante de canetinhas coloridas, ouvi duas mulheres que pareciam amigas desde o tempo de escola, batendo papo despreocupadamente e com as respectivas cestinhas cheias das mesmas coisas que eu gosto.<br />
Val, você ainda tem meu telefone? Não? Anota aí: 92355667.
Ok. Coloquei na agenda do celular, mas confere se eu digitei certo, porque de perto não enxergo nada.
A amiga pega o iphone da Val, estica o braço e diz que também não consegue ver, porque é míope, está usando lentes de contato e esqueceu os óculos de leitura em casa.
Já sei! Vou ligar pra você now. Se tocar, aproveita e salva o meu número.
Tá chamando. Beleza, vou gravar.
As duas, que deviam ter entre quarenta e quarenta e cinco anos, morreram de rir e continuaram a conversa.<br />
- Menina, eu tive dengue, fiquei arriada por uns dez dias. A pele ainda está sensível e nem pude pintar os cabelos. A gente, que tem cabelo escuro, fica logo com os brancos aparecendo. Meu sobrinho olhou de cima e falou: “tia, está horrível! Eu não ia querer casar com uma mulher assim”. É mole?<br />
- Não, é um saco! Ir ao salão passar tonalizante, no mínimo uma vez por mês, fazer as unhas, sobrancelhas, depilação... Ninguém merece.<br />
- É, a idade é uma merda. Estou usando, diariamente, colírio lubrificante, por causa das lentes, spray nasal, pra lavar as narinas e melhorar a rinite, sem falar no hidratante nas mãos, porque o ar-condicionado do escritório resseca tudo e transforma a pele num craquelê.<br />
- Ah, Lurdinha, nem reclamo mais, porque uma colega de trabalho está entrando na menopausa e contou que o KY se transformou em seu melhor amigo...<br />
Papo bom à beça! Se fosse num bar, sentaria pertinho, tomando chope, com os olhos displicentes sobrevoando o lugar. Mas, eu precisava terminar de comprar o material e, antes de ser notada, sair logo de trás da estante (Não de dentro do armário, por enquanto, afinal, nessa feliciana fase, pós declaração de amor entre baianas, tudo é possível). Maravilha:.já tinha assunto bastante para escrever no blog, postar no Face e, o melhor, sem precisar inventar.<br />
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-78603025404413584032013-04-10T16:06:00.004-04:002018-01-19T12:55:08.165-04:00PAPEL A4Folha em branco. Despertei com ela em meu pensamento, enquanto ainda me preparava para existir e era tomada por um desassossego típico de Pessoa. Escrever, naquela manhã, não seria prazeroso, pois havia se tornado parte de um ofício e não mais uma necessidade da alma inquieta.<br />
Busquei lembranças, pensei em leituras e poetas. Cheguei mesmo a imaginar um bonde tendo como passageiro o homem atrás dos óculos e do bigode. Nada me vinha à mente. Então, revi fatos do cotidiano, vividos a caminho do trabalho, mas nenhum deles foi capaz de me fazer encontrar palavras que se casassem e pudessem cumprir plenamente sua função, quando deitadas sobre a página de um jornal.<br />
Como num exercício de disciplina, tomei papel, caneta e tinteiro, debrucei-me sobre a mesa e pensando no que diria aos leitores, decidi beber da fonte de João do Rio e – para o meu deleite – encontrei a crônica “A crise dos criados”, texto publicado entre de 1905 e 1910, quando sua previsão era a de que em dez anos talvez não existissem mais criadas no Rio de Janeiro.<br />
Mais de um século se passou e não só há domésticas como foi aprovada uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) assegurando a elas os direitos antes previstos apenas para outras categorias. Entretanto, a tendência é a de que, como já se deu em diferentes países, venhamos a ter diaristas bem remuneradas e utensílios que facilitem a vida no lar, pois os empregadores terão cada vez menos condições de satisfazer prestações como FGTS e auxílio-creche, por enquanto pendentes de regulamentação, já que a família não visa o lucro e tem objetivos diferentes dos empresariais.<br />
Gostaria de acreditar em outras possibilidades, crer no ideal de que as pessoas venham a realizar suas escolhas a partir de uma educação de qualidade, com aquisição de capacidade profissional compatível com o emprego desejado, adquirindo, consequentemente, melhores salários. Por enquanto, infelizmente, minha previsão é: aumento do desemprego, burla à lei e o caça-níqueis do governo funcionado a pleno vapor.<br />
Oxalá que João do Rio tenha se atrasado cem anos e, em outros dez, realmente não tenhamos “criadas” no Brasil, mas a real valorização de todos os tipos de trabalho.<br />
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-59007898290134917002012-01-26T14:49:00.001-04:002012-01-26T14:50:27.357-04:00A canção desesperada (Pablo Neruda)Em razão do pedidos no Facebook, segue a íntegra do poema.<br /><br />Aparece tua recordação da noite em que estou. <br />O rio reúne-se ao mar seu lamento obstinado. <br /><br />Abandonado como o impulso das auroras. <br />É a hora de partir, oh abandonado! <br /><br />Sobre meu coração chovem frias corolas.<br />Oh sentina de escombros, feroz cova de náufragos! <br /><br />Em ti se ajuntaram as guerras e os vôos.<br />De ti alcançaram as asas dos pássaros do canto. <br /><br />Tudo que o bebeste, como a distância.<br />Como o mar, como o tempo. <span style="font-weight:bold;">Tudo em ti foi naufrágio!</span><br /><br />Era a alegre hora do assalto e o beijo.<br />A hora do estupor que ardia como um faro. <br /><br />Ansiedade de piloto, fúria de um búzio cego<br />túrgida embriaguez de amor, Tudo em ti foi naufrágio! <br /><br />Na infância de nevoa minha alma alada e ferida.<br />Descobridor perdido, Tudo em ti foi naufrágio!<br /><br />Tu senti-se a dor e te agarraste ao desejo.<br />Caiu-te uma tristeza, Tudo em ti foi naufrágio! <br /><br />Fiz retroceder a muralha de sombra.<br />Andei mais adiante do desejo e do ato.<br /><br />Oh carne, carne minha, mulher que amei e perdi,<br />e em ti nesta hora úmida, evoco e faço o canto. <br /><br />Como um vaso guardando a infinita ternura,<br />e o infinito olvido te quebrou como a um vaso. <br /><br />Era a negra, negra solidão das ilhas,<br />e ali, mulher do amor, me acolheram os seus braços.<br /><br />Era a sede e a fome, e tu foste à fruta.<br />Era o duelo e as ruínas, e tu foste o milagre. <br /><br />Ah mulher, não sei como pode me conter<br />na terra de tua alma, e na cruz de teus braços! <br /><br />Meu desejo por ti foi o mais terrível e curto, <br />o mais revolto e ébrio, o mais tirante e ávido. <br /><br />Cemitério de beijos,existe fogo em tuas tumbas,<br />e os racimos ainda ardem picotados pelos pássaros.<br /><br />Oh a boca mordida, oh os beijados membros, <br />oh os famintos dentes, oh os corpos traçados.<br /><br />Oh a cópula louca da esperança e esforço <br />em que nos ajuntamos e nos desesperamos. <br /><br />E a ternura, leve como a água e a farinha.<br />E a palavra apenas começada nos lábios.<br /><br />Esse foi meu destino e nele navegou o meu anseio,<br />e nele caiu meu anseio, Tudo em ti foi naufrágio!<br /><br />Oh imundice dos escombros, que em ti tudo caía,<br />que a dor não exprimia, que ondas não te afogaram.<br /><br />De tombo em tombo inda chamas-te e cantas-te<br />de pé como um marinheiro na proa de um barco.<br /><br />Ainda floris-te em cantos, ainda rompes-te nas correntes.<br />Oh sentina dos escombros, poço aberto e amargo.<br /><br />Pálido búzio cego, desventurado desgraçado, <br />descobridor perdido, Tudo em ti foi naufrágio! <br /><br />É a hora de partir, a dura e fria hora<br />que a noite sujeita a todos seus horários.<br /><br />O cinturão ruidoso do mar da cidade da costa.<br />Surgem frias estrelas, emigram negros pássaros. <br /><br />Abandonado como o impulso das auroras.<br />Somente a sombra tremula se retorce em minhas mãos. <br /><br />Ah mais além de tudo. Ah mais além de tudo. <br />É a hora de partir. Oh abandonado.ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-1191625205417181482011-10-27T10:29:00.003-04:002011-10-27T13:06:45.251-04:00Restaurante Orquídea à mineira - A pior opção em Niterói<strong>Restaurante Orquídea à mineira – a pior opção em Niterói</strong><br /><br />No dia 21/10/2011, sexta-feira, estive pessoalmente no restaurante Orquídea à mineira, na Rua Mem de Sá, nº 8, Icaraí, onde fiz a reserva para 16 lugares, sendo que 8 destes na “mesa de vidro”, local reservado do restaurante, num mezanino decorado com orquídeas. Na mesma ocasião, encomendei uma torta sabor bombom, com a finalidade de comemorar o aniversário de 10 anos da minha filha, no dia 26/10/11 (quarta-feira), às 19h.<br /><br />No dia 26, às 18h, o maitre do Orquídea, Sr. Robson, ligou para o meu celular dizendo que a minha mesa estava ocupada e que poderia me colocar em outro lugar, pois havia chegado um grupo às 17h e o restaurante não poderia perder os clientes. Respondi que se era assim que a casa funcionava, não deveria fazer reservas, pois quem trabalha seriamente não se comporta de tal forma. Disse que se não estivesse tão tarde, eu mudaria o local da comemoração, mas como isso não seria possível, fazia questão da “mesa de vidro” e que eles iriam ter problemas. Ainda assim, o maitre insistiu na impossibilidade de retirar o grupo do local.<br /><br />Após 10 min., aproximadamente, liguei e falei com o gerente, o qual me informou que a mesa já estava vazia, à minha disposição.<br /><br />Chegamos no horário combinado e tudo correu bem até o momento em que pedi a torta para cantarmos os parabéns. O garçom chegou com uma torta que eu achei diferente, mas não reclamei. Minha filha soprou as velas, furou o bolo com o indicador, comeu o bombom que o decorava, assim como um morango. De repente, o garçom retirou a torta e disse-me que aquela não era a minha, mas a da mesa de baixo e não poderia cortá-la. Informou, ainda, que não havia outra torta para a nossa família.<br /><br />Fui falar com o gerente, mas este já havia saído para providenciar a torta, já perto das 23h e 30 min, com os convidados querendo ir embora. <br /><br />Contei o ocorrido para as pessoas a quem iriam oferecer o mesmo bolo, já “lambido” pela minha filha, quando soube que, para elas, já era o terceiro problema da noite, pois foram retiradas da tal mesa, quando já iriam começar a comer.<br /><br />Enquanto esperávamos, ofereceram-nos um “Lambrusco” (espumante barato) como um pedido de desculpas, para mim, risível, até que a torta finalmente chegasse e pudesse ser servida.<br /><br />O momento de pagar a conta também foi problemático, pois juntaram duas comandas de pessoas diferentes na mesma nota, a qual teve que ser refeita, isso já por volta da meia-noite, com os clientes (consumidores) já bastante insatisfeitos.<br /><br />Enfim, embora residindo na mesma rua do Orquídea, prometi ao gerente que jamais voltaria a colocar meus pés lá, pois o estabelecimento não trabalha com seriedade, é desorganizado e sem comprometimento com quem o frequenta.ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-41333511989752718772011-10-06T14:18:00.000-04:002011-10-06T14:20:45.274-04:00Steve Jobs06/10/2011<br /><br />Confira frases marcantes de Steve Jobs, fundador da Apple<br />Famoso pela oratória, Jobs ajudou a definir rumos da tecnologia.<br />Confira as visões do empresário sobre a internet, o futuro, a vida e a morte.<br /><br /> <br />Steve Jobs na apresentação do iPad 2<br /><br />(Foto: Beck Diefenbach/Reuters)O legado de Steve Jobs vai além da Apple, da Pixar e dos produtos que ele ajudou a desenvolver. Famoso pela oratória, pela capacidade de síntese de ideias e pelo carisma em suas apresentações, Jobs deixa ainda uma coleção de afirmações polêmicas, frases visionárias e pensamentos que ajudaram a definir os rumos da tecnologia nos últimos anos. O G1 selecionou algumas das frases de Jobs. Confira:<br /><br /><br />Sobre a vida<br />“Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates” –Newsweek, 2001<br /><br />“Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo maravilhoso, isso importa para mim”–The Wall Street Journal, 1993<br /><br />“Você quer passar o resto de sua vida vendendo água com açúcar ou quer ter a chance de mudar o mundo?”– em entrevista a John Sculley para o livro “Odyssey: Pepsi to Apple”<br /><br />“Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama. E isso vale para o seu trabalho e para seus amores.Seu trabalho irá tomar uma grande parte da sua vida e o único meio de ficar satisfeito é fazer o que você acredita ser um grande trabalho. E o único meio de se fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Caso você ainda não tenha encontrado[ o que gosta de fazer], continue procurando. Não pare. Do mesmo modo como todos os problemas do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer relacionamento longo, só fica melhor e melhor ao longo dos anos. Por isso, continue procurando até encontrar, não pare" – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />“Você não pode conectar os pontos olhando para a frente; você só pode conectar os pontos olhando para trás. Assim, você precisa acreditar que os pontos irão se conectar de alguma maneira no futuro. Você precisa acreditar em alguma coisa – na sua coragem, no seu destino, na sua vida, no karma, em qualquer coisa. Este pensamento nunca me deixou na mão, e fez toda a diferença na minha vida.” – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />“Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração.” – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />“Isto foi o mais perto que cheguei da morte e espero que seja o mais perto que eu chegue nas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso dizer agora com mais certeza do que quando a morte era apenas um conceito intelectual: nnguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para ir para lá. Ainda, a morte é um destino que todos nós compartilhamos. Ninguém conseguiu escapar dela. E assim é como deve ser porque a morte é talvez a melhor invenção da vida. É o agente que faz a vida mudar. É eliminar o velho para dar espaço para o novo. Neste momento, o novo são vocês, mas algum dia não tão longe, vocês gradualmente serão o velho e darão espaço para o novo. Desculpa eu ser tão dramático, mas é a verdade” – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />“Seu tempo é limitado. Por isso, não perca tempo em viver a vida de outra pessoa. Não se prenda pelo dogma, que nada mais é do que viver pelos resultados das ideias de outras pessoas” – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />“Tenha vontade, tenha juventude. Eu sempre desejei isso para mim. E agora, que vocês se formam para começar algo novo, eu desejo isso para vocês” – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />Sobre tecnologia<br />“Eu acho que [a tecnologia] fez o mundo ficar mais próximo e continuará fazendo isso. Existem desvantagens para tudo e consequências inevitáveis para tudo. A peça mais corrosiva da tecnologia que eu já vi se chama televisão, mas novamente, a televisão, no seu melhor, é magnífica.” – Revista Rolling Stone, dezembro de 2003<br /><br />“Nascemos, vivemos por um momento breve e morremos. Tem sido assim há muito tempo. A tecnologia não está mudando muito este cenário” – Revista Wired, fevereiro de 1996<br /><br />“Se você é um carpinteiro e está fazendo um belo armário de gavetas, você não vai usar um pedaço de compensado na parte de trás porque as pessoas não o enxergarão, pois ele estará virado para a parede. Você sabe que está lá e, então, usará um pedaço de madeira bonito ali. Para você dormir bem à noite, a qualidade deve ser levada até o fim”— Revista Playboy, 1987<br /><br />“O único problema da Microsoft é que eles não têm estilo. Eles não têm estilo nenhum. E não falo isso nas pequenas coisas, falo em tudo, no sentido de que eles não pensam em ideias originais e de que eles não levam cultura para os seus produtos – Documentário ‘Triumph of the Nerds’, 1996<br /><br />Sobre o futuro<br />“Eu sempre estarei ligado à Apple. Espero que durante toda a minha vida o meu fio se cruze com o fio da Apple, como uma tapeçaria. Posso ficar afastado por algum tempo, mas eu sempre vou voltar.” – Revista Playboy dos Estados Unidos, fevereiro de 1985<br /><br />“A principal razão para a maioria das pessoas comprarem um computador para suas casas será para se conectar a uma rede nacional de comunicações. Estamos apenas nos primeiros estágios do que será uma grande revolução para a maioria das pessoas – tão revolucionária quanto o telefone.” – Revista Playboy (edição americana), fevereiro de 1985<br /><br />“A indústria do computador desktop está morta. A inovação virtualmente acabou. A Microsoft domina cada uma destas inovações. Isso acabou. A Apple perdeu. O mercado do PC desktop entrou em uma fase negra e ficará nela pelos próximos 10 anos ou até o final desta década” – Revista Wired, fevereiro de 1996<br /><br />“Se eu tivesse largado esta única disciplina na faculdade [caligrafia], o Mac não teria diversas fontes e espaços proporcionais entre elas. E já que o Windows copiou o Mac, seria provável que nenhum outro computador tivesse a mesma coisa”. – discurso durante formatura em Stanford, 2005<br /><br />Sobre a Apple<br />"Nunca tivemos vergonha de roubar grandes ideias” – Documentário ‘Triumph of the Nerds’, 1996<br /><br />“Se eu estivesse liderando a Apple, eu apostaria tudo pelo Macintosh e depois me ocuparia com um próximo grande lançamento. A guerra do PC acabou, a Microsoft venceu há muito tempo” – Revista Fortune, 1996<br /><br />“Estes produtos são um lixo. Não há mais sexo neles” – BusinessWeek, 1997<br /><br />“Ninguém tentou nos engolir desde que eu estou aqui. Acho que eles têm medo de qual seria o nosso sabor” – reunião com acionistas, 1998<br /><br />“Cara, a gente patenteou ele” (apresentando o iPhone) – Macworld, 2007<br /><br />“Fizemos os botões na tela ficarem tão bons que você vai querer clicar neles” [sobre o Mac OS X] – Revista Fortune, janeiro de 2000<br /><br />“Entrará para a história como uma grande mudança na indústria musical. Isso é histórico. Eu não posso subestimar isso” [sobre a loja virtual iTunes Music Store] – Revista Fortune, maio de 2003<br /><br />“A cura para a Apple não está no corte de preços. A cura para a Apple está em inovar o meio de sair deste problema” – Apple Confidential: The Real Story of Apple Computer, 1999<br /><br />“Eu não percebi isso na época, mas ter sido demitido da Apple foi a melhor coisa que aconteceu comigo. (...) Foi um remédio com gosto horrível, mas acho que o paciente precisava dele”. – discurso durante entrega de diploma de Stanford, 2005<br /><br />(texto retirado do G1- O Globo)ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-48629214094207584762011-09-26T19:55:00.001-04:002011-09-26T19:56:48.018-04:00FACESLivia na web<br /><br /><br />Aliteratura é não o lugar do saber, mas da ignorância. Não é o lugar do sucesso, mas do fracasso. Por isso ela incomoda tanto. Por isso parece tão extemporânea. Recolho essas ideias, breves, mas potentes, em “Faces” (Record), novo livro de Livia Garcia-Roza. Estranho livro (outro incômodo), fruto de outro lugar que atiça, mas também incomoda a tantos escritores: a internet.<br />O surgimento da internet promoveu uma asfixiante proliferação de novos escritos e de novas assinaturas literárias, que vieram agitar o cenário antes introspectivo e discreto da literatura. Os textos reunidos em “Faces” (o nome já sugere isso) foram escritos, originalmente, para o Facebook, durante os anos de 2009 e 2010. Trata-se, como diz Livia, de “uma literatura no estilo Web 2.0”. Ideia que, por certo, arrepiará os escritores mais clássicos.<br />São textos curtíssimos — comprimidos no limite cruel de 420 caracteres que a rede impõe. Exercícios de concisão, eles espremem as palavras até lhes arrancar algumas gotas da alma. Lembram os minicontos, hoje tão em moda, e também os milenares hai-kais. É do pouco, muito pouco, que Livia tira sua escrita. O que dá razão a uma de suas reflexões. “Escrever, muitas vezes, é um viver”.<br />A internet empurra a palavra pela garganta da vida. Caracteriza-se por textos escritos no calor da hora e, por isso mesmo, em estado de grande risco. A lentidão, a reflexão, a meditação silenciosa de cada frase — armas preciosas do escritor tradicional — ficam alijadas. É escrever, ou escrever, agora e já, exatamente como vivemos.<br />A parte mais preciosa de “Faces” se destina a uma reflexão seca, mas cortante, a respeito da própria literatura. Há, nesse sentido, uma ideia chave: “A função da literatura não é persuadir, mas provocar”. Os posts que Livia agora transporta para um livro disparam delicados choques em seu leitor. São como relâmpagos, breves, mas contundentes, que nos conectam a pensamentos encapsulados em ríspidas linhas. À distância, assemelham-se a uma luz que morre. Mas é dos pequenos acontecimentos que Livia arranca o sangue do mundo.<br /><br />“Se é literatura”, diz Livia — e é literatura sim —, “é subversiva”. Acredita a escritora que a prosa é, além de ato, e não ofício, uma experiência mundana. É no contato bruto com o mundo, sem nenhuma pretensão de se tornar espelho, ou lei, que ela se fertiliza e se qualifica. “Faces” prova, aos que ainda duvidam, que a literatura está muito além dos meios que a veiculam — livros, blogs, ou o que seja. A web não matou a literatura. O livro digital não a matará. Diz Livia, com firmeza: “O lugar da literatura está além do lugar do escritor”. Não importa se ele trabalha em uma biblioteca, ou em uma lan house: importa que escreva, e que sustente sua escrita.<br /><br />Em pleno século XXI, são muitas as ilusões que ainda cultivamos a respeito da palavra. Uma das mais graves: a de que o homem a inventou. Afirma Livia: “A linguagem não surgiu no homem; o homem surge com a linguagem”. Escreve-se, ela nos diz, de um lugar desconhecido e para desconhecidos. Não interessa saber se o escritor trabalha no Facebook, ou em uma enciclopédia; interessa saber se a palavra continua a ser subversiva, isto é, se ainda pode deslocar nossas certezas e divisar novos horizontes. Se for só repetição, ela pode até abrigar-se em capa dura e papel-bíblia, mas literatura não será.<br /><br />Até porque a literatura, a rigor, não está nos livros, ou nas páginas da web, mas ocupa um lugar imaginário entre eles e o leitor. Recordo aqui de Vilém Flusser, o filósofo tcheco-brasileiro, que estou sempre a ler. Dizia Flusser que a literatura não está no texto, tampouco no leitor, mas no entrecruzamento entre eles. Para usar a imagem de um bordado: o texto seria a trama, isto é, o conjunto de fios passados no sentido transversal do tear, entre os fios da urdidura. Já a urdidura — conjunto de fios dispostos no tear paralelamente a seu comprimento, e por entre os quais passam os fios da trama — seria o leitor. Se você puxa o fio da trama, ela se desfaz, e literatura já não há. Mas se repuxa o fio da urdidura e arranca de cena o leitor, literatura não há também.<br />Em consequência, pouco importa saber se o escritor trabalha em um caderno, ou em uma tela de computador. Se está sozinho, ou online. Pouco importa, ainda, saber onde está o leitor, ou mesmo quem ele é. “Há tantos sentidos para um texto quanto forem as pessoas que o lerem”, diz Livia. “É a isso que se chama riqueza literária”. Talvez se possa dizer de modo ainda mais frontal: a isso se chama literatura.<br /><br />“Faces” é, por isso mesmo, um exercício de deslocamento. Consagrada com livros como “Milamor”, de 2009, e “O sonho de Matilde”, de 2010, Livia Garcia-Roza sabe que a experiência no Facebook não coloca sua literatura em risco. Até porque literatura sem risco literatura não é. A troca do suporte não afeta um texto, que é sempre indiferente à matéria. A relação da escrita com o mundo não é de obrigação, ou de dívida: é de provocação. Resume Livia: “Escrever é rondar-se”.<br /><br />“Faces” reúne também minitextos dedicados às crianças, à família, ao cotidiano e à psicanálise. E ainda algumas “pensatas” — em que a escritora prolonga suas reflexões a respeito da escrita. “A frase não traz com ela o sentido. O sentido é dado por quem escuta”, diz. E mais: “Sem escutar, não há palavra”. Destaca Livia, aqui, o papel do silêncio — esse grande deserto que nos obriga a procurar pelo outro. Ela mesma afirma: “A palavra não esgota a significação; há sempre o silêncio que contém a verdade”.<br /><br />Mas, após o silêncio, surge sempre o momento do retorno ao dizer. Na seção “psicanálise”, Livia nos traz um brevíssimo relato que aponta seu caráter escorregadio, mas, por isso mesmo, perturbador. Deitada no divã em pose provocante, uma atriz pergunta a seu psicanalista: “O senhor já me viu representar?” Com duas palavras cortantes, o analista inverte a pergunta e não a poupa: “Fora daqui?” A palavra está sempre fora do lugar e, o mais assustador, está sempre fora da própria palavra. É nesse exílio que o escritor deve se acostumar a viver.<br /><br /><br /><br />Email: josegcastello@gmail.com. Leia mais textos do colunista em www.oglobo.com.br/blogs/literaturaANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-70795939956221043652011-09-13T15:33:00.002-04:002011-09-13T15:43:39.084-04:00NOSSO SARAU<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0O-NlGdXO_6XdCRJcu2jWDJyWg31dvNtx8yiIBnAY2KVsnNiMrd6beoDHDGFaiUYbritlz6hI4M5-XSmGWNdXW0OXTiqMayTi2P1QGMey4EiiaQsz_nFocBhhDT_ub7mg1X6D_g/s1600/SarauP1040148+%252850%2529.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0O-NlGdXO_6XdCRJcu2jWDJyWg31dvNtx8yiIBnAY2KVsnNiMrd6beoDHDGFaiUYbritlz6hI4M5-XSmGWNdXW0OXTiqMayTi2P1QGMey4EiiaQsz_nFocBhhDT_ub7mg1X6D_g/s400/SarauP1040148+%252850%2529.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651932168817372434" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimr68cZjd187q7OasOgq7wT34iAKGipb367Z0Hh4QOJX1WI3YSyiqXMZ_MMjc59twOog2EWd7Ij1pBxazHY98_wKlXMEGuSrbrADvJ3ast74HraWKIPwx42nkPgayjyuBJDr4UnQ/s1600/SarauP1040148+%252849%2529.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimr68cZjd187q7OasOgq7wT34iAKGipb367Z0Hh4QOJX1WI3YSyiqXMZ_MMjc59twOog2EWd7Ij1pBxazHY98_wKlXMEGuSrbrADvJ3ast74HraWKIPwx42nkPgayjyuBJDr4UnQ/s400/SarauP1040148+%252849%2529.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651931800873006802" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo1dfFSZOfFFGhe58ZjM5KjypCy3i10Ec1xbQwB9_EdybQq5JNtJOE1nIDBYhf9YtFa7ug4vO9CYdKs0ZyuV0YrKc3oQ3GccfwKV-ksB4yTukheKvr5wA4jtJFiAvIlmGJ6TpI9Q/s1600/SarauP1040148+%252820%2529.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 268px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo1dfFSZOfFFGhe58ZjM5KjypCy3i10Ec1xbQwB9_EdybQq5JNtJOE1nIDBYhf9YtFa7ug4vO9CYdKs0ZyuV0YrKc3oQ3GccfwKV-ksB4yTukheKvr5wA4jtJFiAvIlmGJ6TpI9Q/s400/SarauP1040148+%252820%2529.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651931064920268690" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOxfpIi1IZhkXe16cIKhUSuOKGrcWgm1Vk5gFtOlpOwhl-RnPPuq2ocFuuEKM3S8Z4OQl5WJ5vd6Nxu1r4UqvN0Nkq-eNAeIkkvXIGE8MX6a0ZjAnWqBioNpLn1V5ieTI1_BkGA/s1600/SarauP1040148+%252857%2529.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOxfpIi1IZhkXe16cIKhUSuOKGrcWgm1Vk5gFtOlpOwhl-RnPPuq2ocFuuEKM3S8Z4OQl5WJ5vd6Nxu1r4UqvN0Nkq-eNAeIkkvXIGE8MX6a0ZjAnWqBioNpLn1V5ieTI1_BkGA/s400/SarauP1040148+%252857%2529.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651930819634765090" /></a>ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-65271955651680901172011-09-13T15:28:00.002-04:002011-09-13T15:32:28.060-04:00FORMATURA - LETRAS (PORTUGUÊS - LITERATURAS)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrb-1WsLsP_1c_79kvZC0mP_qkyTOyTi0um1VK-WFwrvTe0_ri682Cd-jYe7NapLJGV6Mx0FPQ6UVOowXAqRI76rCS735WzfymR6BgtBeVQ4bmNFCW2eOHWIgSZg6Rtj2Ewb8T2Q/s1600/DSC03901.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 267px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrb-1WsLsP_1c_79kvZC0mP_qkyTOyTi0um1VK-WFwrvTe0_ri682Cd-jYe7NapLJGV6Mx0FPQ6UVOowXAqRI76rCS735WzfymR6BgtBeVQ4bmNFCW2eOHWIgSZg6Rtj2Ewb8T2Q/s400/DSC03901.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651929301497328546" /></a><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikB5GWZuggagDPiZJCiQWFg9pwyNvNODo2MWYdYLZrZFQa2bzcMRvUVUqzWWFMUx9U2jvijnUrKyu0PlxA92P87n5A2s_IJOD8A9SAkAr34It74w3xtGJk8QCUjOA3AC3uFRX91g/s1600/DSC03951.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 267px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikB5GWZuggagDPiZJCiQWFg9pwyNvNODo2MWYdYLZrZFQa2bzcMRvUVUqzWWFMUx9U2jvijnUrKyu0PlxA92P87n5A2s_IJOD8A9SAkAr34It74w3xtGJk8QCUjOA3AC3uFRX91g/s400/DSC03951.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651928888049946386" /></a>ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-46766969054727753562011-09-13T15:24:00.002-04:002018-01-19T11:15:10.499-04:00O SILÊNCIO DA CHUVA - LUIZ ALFREDO GARCIA-ROZA<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ood9EtR_G7M/Tm-uLoRKzsI/AAAAAAAABgo/X0-tli0fNRE/s1600/silencio.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651927572184485570" src="https://2.bp.blogspot.com/-ood9EtR_G7M/Tm-uLoRKzsI/AAAAAAAABgo/X0-tli0fNRE/s400/silencio.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 243px; margin: 0 10px 10px 0; width: 150px;" /></a><br />
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No centro do Rio de Janeiro um executivo é encontrado morto com um tiro, sentado ao volante de seu carro. Além do tiro, único e definitivo, não há outros sinais de violência. É um morto de indiscutível compostura. Mas isso não ajuda: ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.O policial encarregado do caso, inspetor Espinosa, costuma refletir sobre a vida (e a morte) olhando o mar sentado em um banco da praça Mauá. No momento tem muito sobre o que refletir. De um lado, um morto surgido num edifício-garagem; de outro, a incessante multiplicação de protagonistas do drama. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas começam a sumir.<br />
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Estou lendo e adorando! Fiquei sabendo que o Daniel Filho comprou os direitos autorais para realizar um filme.Oba! Espero que seja tão bom (ou quase) quanto o livro.<br />
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Prêmio Jabuti 1997 de Melhor Romance<br />
Prêmio Nestlé de Literatura 1997ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-14200025277788003842011-08-11T18:23:00.002-04:002011-08-11T18:26:05.150-04:00CORRIDA DA LUA - 30/07/2011 - CHRIS E CACAU<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmHtM-6Mu-Hu8qqk4oNI08MRPgFZm31THoglo4faKLk_5CIEsiBshZ2XjGnv8VAkdoj17boyXEghjhxbfHlR8wyu5rBvGCZmruhgHJA2fNeZIJSDyMjWoW3aKm7FjhQgkxO_NNpA/s1600/P1030386.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmHtM-6Mu-Hu8qqk4oNI08MRPgFZm31THoglo4faKLk_5CIEsiBshZ2XjGnv8VAkdoj17boyXEghjhxbfHlR8wyu5rBvGCZmruhgHJA2fNeZIJSDyMjWoW3aKm7FjhQgkxO_NNpA/s400/P1030386.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5639727688823532578" /></a>
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<br />8KM - 4 DE AREIA, 4 DE CALÇADÃO E ASFALTOANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-68508175744368846192011-08-08T18:28:00.002-04:002011-08-08T18:30:15.453-04:00AQUARELA DA RAFA - AGOSTO 2011<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXMz1nKPzv69LzN7vyiBEKlMC_4nQ43oWA8K5FZksZIcuAG7gwg1lNPn2JchtenzrL1pqxZBvQtp8cBMQqfEtSGfve2TDgqBMeA2nrQFSENUUY_kJGp0imCrbq4FcbqIiaRyyf4A/s1600/Iphone+4.2+224.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 299px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXMz1nKPzv69LzN7vyiBEKlMC_4nQ43oWA8K5FZksZIcuAG7gwg1lNPn2JchtenzrL1pqxZBvQtp8cBMQqfEtSGfve2TDgqBMeA2nrQFSENUUY_kJGp0imCrbq4FcbqIiaRyyf4A/s400/Iphone+4.2+224.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638615884014568354" /></a>
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-25535797202853041212011-08-08T18:23:00.001-04:002011-08-08T18:26:12.888-04:00CIRCUITO ADIDAS INVERNO - 24/07/2011 - 5 KM<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp07Ery5zZCVgSBI4175VhAzKwD7Hqj9lubKTFtOBJNkvphzfvBT4o2UBhVAdQUOD5X-jWAOfT3wFNNRzik1mQn4GzlIP9ySaeW7EAPlVjD82mIiZe1vhu8CFdZnnpdPw1D2oyuw/s1600/Iphone+4.2+164.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 299px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp07Ery5zZCVgSBI4175VhAzKwD7Hqj9lubKTFtOBJNkvphzfvBT4o2UBhVAdQUOD5X-jWAOfT3wFNNRzik1mQn4GzlIP9ySaeW7EAPlVjD82mIiZe1vhu8CFdZnnpdPw1D2oyuw/s400/Iphone+4.2+164.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638615015088668354" /></a>
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-23413669048621906852011-08-08T18:15:00.003-04:002011-08-08T18:22:35.163-04:00CIRCUITO ATHENAS - 2ª FASE - 8km. UFA!<a href="http://1.bp.blogspot.com/-K13gfap8G7M/TkBhpGzOLMI/AAAAAAAABfo/nys30Qc-XH4/s1600/P1020952.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-K13gfap8G7M/TkBhpGzOLMI/AAAAAAAABfo/nys30Qc-XH4/s400/P1020952.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638614092295843010" /></a>
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-51998165095942443572011-08-08T18:08:00.003-04:002011-08-08T18:14:48.385-04:00A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS (valter hugo mãe)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtCTNchJbM5ZbcMwVPG3IPZi83bqRQ2SiH5fwHssfX3w8ecuY1Gk123i_gWYC2fpsh1AxeeDj3OxdUO4cJI7Cb53ApjEYuN0tiv4azvSyl7hBx8da2oF3obhUtQu608Df4TWJ1QQ/s1600/22635159.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 109px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtCTNchJbM5ZbcMwVPG3IPZi83bqRQ2SiH5fwHssfX3w8ecuY1Gk123i_gWYC2fpsh1AxeeDj3OxdUO4cJI7Cb53ApjEYuN0tiv4azvSyl7hBx8da2oF3obhUtQu608Df4TWJ1QQ/s400/22635159.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638610721461374882" /></a>
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<br />"Este livro narra a história de António Jorge da Silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos, e depois de perder a mulher, é entregue a um asilo. Sozinho, mas sem sucumbir ao pessimismo, num mundo cuja metafísica parece ter sido subtraída, Silva se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir sua vida. Ele que viveu sob o peso de Salazar, nos tempos em que as ditaduras regiam tudo, coloca o passado e suas ações em perspectiva, não sem notar que o pessimismo sobre o papel do país no mundo exacerbou-se ainda mais. Portugal se transformou numa máquina geradora de sentimento de inferioridade, uma máquina especializada em produzir entre os nascidos no país a vontade de deixá-lo."
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-7678242573810883352011-08-08T18:04:00.003-04:002011-08-08T18:07:03.851-04:00LEITURA ATUAL: PANTALEÃO E AS VISITADORAS ( MARIO VARGAS LLOSA)<a href="http://4.bp.blogspot.com/-nXxY3dXKBUA/TkBd_DYFWWI/AAAAAAAABfI/IxDmGcPFUSM/s1600/Panta.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 115px; height: 180px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-nXxY3dXKBUA/TkBd_DYFWWI/AAAAAAAABfI/IxDmGcPFUSM/s400/Panta.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638610071287322978" /></a>
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<br />"'Pantaleão e as visitadoras' conta a história de Pantaleão Pantoja, um capitão recém-promovido do exército, que recebe uma missão inesperada - criar um serviço de prostitutas para as Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazônica, dentro do mais absoluto sigilo militar. O capitão tem que se mudar para Iquitos, se manter afastado dos demais militares, usar trajes civis e, acima de tudo, não contar nada à mãe e à mulher. É obrigado a trabalhar nas madrugadas, bebendo em bares infectos, e cuidar do empreendimento com personagens insólitos. Em pouco tempo o que era uma missão discreta se transforma no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso à vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante visitadora."
<br />ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-8589767173973156522011-07-13T15:26:00.000-04:002011-07-13T15:26:12.655-04:00Prosa Online: blog da equipe do caderno Prosa e Verso sobre literatura - Prosa & Verso: O Globo<a href="http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/">Prosa Online: blog da equipe do caderno Prosa e Verso sobre literatura - Prosa & Verso: O Globo</a>ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-87722001943058707932011-05-22T16:15:00.004-04:002011-05-22T16:32:28.911-04:00AVE MARIA DE EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE (FICÇÃO)"<em>Ave Maria cheia de graça</em>, meus lábios ainda têm o gosto do beijo, <em>o senhor é convosco</em>, minhas mãos ainda têm o cheiro de corpo,<em> Bendita sois entre as mulheres</em>, porque é este mundo de dores,<em> e bendito</em>, o mesmo mundo dos prazeres, <em><em>é o fruto do vosso ventre</em></em>,o mesmo da compaixão,<em> <em>Jesus</em></em>. É porque amo que estou mais perto de ti, <em>Santa Maria mãe de Deus</em>, e amo com os sentimentos, porque me deste coração, amo com a alma, porque me deste espírito, e,<em> rogai por nós</em>, amo com o corpo, porque me deste carne. Neste mundo não há, <em>pecadores</em>, se são os seios que enrigecem os mesmos que amamentam. <em>Agora</em>, se é o ventre que se entrega o mesmo que pare, na hora da maior vida, e, o mesmo que seca, <em>na hora da nossa morte</em>. Amém.<br />Eufrásia rezava."<br /><br />Oração feita por Eufrásia Teixeira Leite, após sua primeira noite de amor com Joaquim Nabuco, sem serem casados.<br /><br />OS MUNDOS DE EUFRÁSIA - CLAUDIA LAGEANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-66083463664107186612011-05-22T15:50:00.002-04:002011-05-22T16:00:45.233-04:00O NOME DA ROSAOntem, assisti novamente O NOME DA ROSA e em determinada cena, um frei franciscano disse que o diabo precisa existir para que as pessoas acreditem e se apeguem a Deus. Mesmo contextualizando a frase, situando-a na Idade Média, fiquei pensativa... Não quero me aproximar de Deus por medo, mas por amor e vontade. Não dá pra dizer que isso só acontecia naquela época. Até hoje, algumas religiões prendem seus fiéis com base na mesma premissa. Ou seja, se você não frequentar a igreja e não cumprir os ensinamentos bíblicos - que na minha opinião são questionáveis - algo de ruim poderá lhe acontecer. Definitivamente, isso não é o que eu quero. Busco um Deus diferente.ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-10721775427338002692011-05-18T18:14:00.003-04:002011-05-18T18:17:52.487-04:00PRÓXIMA LEITURA: O ANIMAL AGONIZANTE (PHILIP ROTH)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBmZ-qstH4YpSlU0utEjAxaGTI-mCY27-Uhy48Fb3K0mTi2Ebjh6pgImkEHrUZA8m5Tri_WE1Bpk_Mr_532-mMxVXQJd-mHnSsfvg_pP7E7BNlL0qdSA0glD3na7eB1uo5hTtkzg/s1600/O+animal.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 120px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBmZ-qstH4YpSlU0utEjAxaGTI-mCY27-Uhy48Fb3K0mTi2Ebjh6pgImkEHrUZA8m5Tri_WE1Bpk_Mr_532-mMxVXQJd-mHnSsfvg_pP7E7BNlL0qdSA0glD3na7eB1uo5hTtkzg/s400/O+animal.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5608183155729108578" /></a><br /><br />"Philip Roth apresenta uma novela protagonizada pelo personagem surgido em 1973, na novela 'O seio', e retomado em 1977 no romance 'O professor de desejo'. 'O animal agonizante' é a história de David Kepesh, professor aposentado que faz sucesso com um programa cultural na televisão e que todos os anos oferece um curso livre na universidade, em que sempre conquista namoradas com um terço de sua idade. Seu discurso - dirigido a um interlocutor que só no final se manifesta - é uma afirmação de seu sentimento de liberdade e de seu horror a todo vínculo emocional. Mas o egoísmo calculista de Kepesh não resiste à paixão que o domina quando conhece Consuela Castillo, jovem de vinte e quatro anos, filha de uma rica família de imigrantes cubanos, cuja beleza excepcional faz com que sinta bem mais do que atração sexual. Depois de um ano e meio de relacionamento os dois se separam, mas Kepesh continua obcecado. Anos mais tarde, Consuela o procura para lhe fazer uma revelação trágica. Kepesh se vê então dividido entre os imperativos da razão, que não permitem que se envolva, e a força da paixão que o impele a assumir uma relação mais séria com uma mulher. A força do texto está no contraste entre as racionalizações rígidas de um homem autocentrado e o poder da paixão que irrompe, imprevisível, destruindo suas certezas." <br /><br /><strong>Recomendado pelo inesquecível professor LUÍS FERNANDO MEDEIROS (LITERATURA CONTEMPORÂNEA)</strong>ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-1312825802762579382011-05-18T18:05:00.004-04:002011-05-18T18:11:43.916-04:00O PERSEGUIDO - LUIZ ALFREDO GACIA-ROZA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCGeLFQubWhxGNwGXK7pJzKEaRPGR47WRswbZpB1ItfiZRWgk5qBC-8p0VNS3YHM86Y9QAp3Mplq0p_UEkq6eYJ3iCbqtAoLZQAFr0cuR8z1YKkrTClOtmtVKpPWWQMKxCQRsz6A/s1600/OPERSEGUIDO.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 241px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCGeLFQubWhxGNwGXK7pJzKEaRPGR47WRswbZpB1ItfiZRWgk5qBC-8p0VNS3YHM86Y9QAp3Mplq0p_UEkq6eYJ3iCbqtAoLZQAFr0cuR8z1YKkrTClOtmtVKpPWWQMKxCQRsz6A/s400/OPERSEGUIDO.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5608180800365078210" /></a><br /><br /><em>"O psiquiatra de um hospital universitário sente-se perseguido por um jovem paciente. O sentimento de perseguição aumenta a cada dia e passa a ser vivido por outras pessoas ligadas ao médico. Misteriosamente, o paciente desaparece e, depois de alguns meses, é dado como morto.<br />A essa morte seguem-se outras, sem que se possa determinar quem está sendo perseguido e quem é o perseguidor. Tampouco é possível concluir com clareza se as pessoas morreram de morte natural ou se foram assassinadas.<br />Em meio a essa trama, o delegado Espinosa tenta separar o que é real do que é fantasia, tendo como guia apenas a convicção de que a morte não é um delírio."</em><br /><br />Recomendo O PERSEGUIDO, indicado para os alunos do 9º ano do Centro Educacional de Niterói, pois passei uma madrugada em claro terminando a instigante leitura, cheia de mistério e suspense. Adorei!!!ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26439547.post-71952440440556028082011-05-18T17:53:00.002-04:002011-05-18T17:56:06.710-04:00PRÊMIO JUSTO<a href="http://4.bp.blogspot.com/-nHeYQrAZC_g/TdRAJJQl5FI/AAAAAAAABdk/-eqcndWZmc8/s1600/philip-roth.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-nHeYQrAZC_g/TdRAJJQl5FI/AAAAAAAABdk/-eqcndWZmc8/s400/philip-roth.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5608177961831621714" /></a><br /><br /><br />"O escritor americano Philip Roth, conhecido por romances como "O complexo de Portnoy" e pela "Trilogia americana", ganhou o quarto prêmio Man Booker International. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18), na Austrália.<br /><br />Roth concorria com outros importantes escritores, entre eles, o espanhol Juan Goytisolo, o libanês Amin Maalouf, a italiana Dácia Maraini, as americanas Anne Tyler e Marilynne Robinson, os chineses Su Tong e Wang Anyi, o canadense Rohinton Misty e os britânicos John le Carré, James Kelman e Philip Pullman.<br /><br />O anúncio do prêmio bienal, no valor de 68,4 mil euros (US$ 97.469), foi durante entrevista coletiva realizada na ópera de Sydney. Entre os autores agraciados com o prêmio figuram o albanês Ismail Kadaré (2005), o nigeriano Chinua Achebe (2007) e o canadense Alice Munro (2009).<br /><br />"Durante mais de 50 anos, os livros de Philip Roth, de raízes judaicas, estimularam, provocaram e divertiram milhares de pessoas", comentou o presidente do júri, Rick Gekoski. "Sua imaginação não só transformou nossa ideia sobre a identidade judaica, mas reanimou o gênero da ficção e não só a ficção americana."<br /><br />"Sua carreira é impressionante pelo fato de ter começado em alto nível e não deixou de melhorar. Com 50, 60 anos, quando a maioria dos romancistas começa a declinar, escreveu uma série de romances da máxima qualidade", disse Gekoski.<br /><br />"Sua obra mais recente, 'Nemesis' [2010], é tão leve, memorável e viva como as anteriores."<br /><br />O próprio Roth, citado pela organização no comunicado, assinalou que "um dos prazeres especiais" que sentiu como escritor é o de saber que sua obra foi lida no mundo inteiro. Ele é autor de obras tão conhecidas e traduzidas como "O complexo de Portnoy" (1969), a primeira que ganhou fama, "Operação Shylock" (1993), e "O animal moribundo" (2001).<br /><br />Também é conhecido por sua trilogia na qual disseca a sociedade americana do século 20: "A pastoral americana" (1997), "Casei com um comunista" (1998) e "A mancha humana" (2000).<br /><br />Muitas de suas obras refletem os problemas de assimilação e identidade dos judeus norte-americanos, o que o vincula a outros autores de seu país como o prêmio Nobel Saul Bellow e Bernard Malamud.<br /><br />O personagem que aparece com maior frequência em seus romances é o escritor Nathan Zuckermann através do qual Roth explora os aspectos tragicômicos da assimilação judaica nos EUA, pelo qual recebeu críticas por alguns considerarem esse personagem de ficção seu <em>alter ego</em>."<br /><br />(http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/escritor+philip+roth+vence+premio+man+booker+international/n1596961995494.html)ANTÍDOTOhttp://www.blogger.com/profile/12027631630591573364noreply@blogger.com0