"A nobreza do samba, já dizia o poeta, impõe-se não somente na riqueza de sua música, mas na elegância dos gestos, dos trajes e da intenção do sambista. A alegoria dos símbolos da nobreza e da aristocracia, que confinavam o negro às senzalas, acabou tendo influência decisiva na gênese do samba. De Sinhô, o “Rei do Samba” na década de 20, ao príncipe Paulinho da Viola, passando pelas Velhas Guardas das escolas-de-samba, a nobreza serve ao mesmo tempo de referência e crítica do sambista à opressão de seus antepassados. Foi inspirado na elegância de mestres do gênero, com quem conviveu durante décadas, de Cartola à Clementina, de Pixinguinha à Dona Ivone Lara, que o produtor Hermínio Bello de Carvalho concebeu o show e o CD duplo O Samba é Minha Nobreza, lançado pela Biscoito Fino. A idéia de Hermínio foi juntar diferentes gerações de sambistas, do octogenário Roberto Silva à atemporal Cristina Buarque, passando pelos representantes da nova guarda carioca do gênero, sob a direção musical – e o violão sete cordas - de Paulão.Sob a expressão “nova guarda” do samba agrupam-se os cantores Pedro Miranda e Pedro Paulo, a cantora e cavaquinista Mariana Bernardes, o violonista Bernardo Dantas, o bandolinista Pedro Aragão, além da participação especial da cantora e compositora Teresa Cristina. Milícia que conta com o reforço de Marcelo Bernardes (flauta), Roberto Marques (trombone), Bernardo Dantas (violão), Pedro Aragão (bandolim), Zé Cruz (chapéu de palha), Trambique e Marcos Esguleba (percussões)."
O CD duplo da Biscoito Fino é tudo de bom, com sambas antigos, de raiz. Vale a pena conferir!
Indicação: ouvir sob o sol, com o céu tinindo de azul e uma tulipa de cerveja bem gelada na mão. Se o tratamento para alegria não der certo, procure o seu terapeuta, mas não interrompa o cd nem a cana, aumente gradativamente a dosagem.
Um comentário:
Sábado fomos no Trem do samba até Oswaldo Cruz. A volta é uma saga mas valeu a pena! No ano que vem vamos juntas? Bjs
Val
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