terça-feira, setembro 16, 2008

Carl Solomon, “De Repente, Acidentes”



Carl Solomon e Allen Ginsberg

“O suicida sempre é outro ao ser morto
O poeta sempre fala a língua da vida no mundo-morto
A roupa que me veste é a nudez da linguagem
E assim fico, meus nervos são palavras explodidas”


A poesia é o acidente que transmuta a vida d(e um)o autor
O acidente revoluciona a linguagem, pois a linguagem é o Caos…
Espírito-línbgua
Corpo-língha
Carnificina camuflada, genocídio de Flores
Plantadas nos juízos como Olhos gigantes com
Pálpebras contraídas… suor-raivoso…
Um enxame de luz deflagrada e filtrada pelo objeto… corpo-mutante
Respiração Acelerada à beira do colapso metálico
Da constante da velocidade moderna
Coração-Caverna, morada do pensamento de um outro lado
Chave da morada de minha Eternidade
— substância diluída nos impulsos que carregam as catexias

— sobrevôo do poeta acima da humanidade que tateia na luz…
Romper as linguagens dos gestos, o nomadismo da carne
Sem Mapa, sem geografia implantada… vozes no
Silêncio!…!

Indiferenciação estética Linguagem-Vida-Ruptura
Gestos sem corpo no corpo E-xxxxxxx-t-e-n-n-n-n-s-o
Arte maldição: bruxaria dos segundos pensados e esquecidos
Outro cosmo da Percepção…

Meu olho está na galáxia beta, no cinturão de Pequim…

“falo raios e não mais palavras…
insulto e brinco como um aniquilado pelas forças de um justiça cega
uma força saída de um estômago sifilítico
um deus em crise…
tenho espinhos na alma
um enxame de corrupções mortificantes
festejam num dia lúgubre na poeira de minha tristeza
que revolve como furacões na costa da África
meu sangue é um insulto à civilização”

“Habitante de orgias sonolentas, criador de um número infinito de teorias sobre o sono. Sono que não te leva à parte alguma, só para dentro… distâncias infinitas. Num pequeno navio de todas as nações levando piratas de um outro país”.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Acho que já li isso antes... ou depois...

Cartão postal da Vera: "Alma, quando a gente escolhe não dizer a palavra mais dura não é nada diso de amadurecer ou amolecer. É porque a gente quer continuar o jogo. Sabe frescobol? Pro jogo continuar, você tem que ajeitar a bola pro outro, se esforçar pra alcançar a bola que veio, jogar pra cima pra dar tempo pro outro chegar, abaixar, esticar. Agora, se você não quer continuar o jogo, você dá logo uma raquetada e vai embora. Beijos para todos. Volto dia 19. Vera".

Eu li o mesmo texto, salvo algum engano, na crônica da Martha Medeiros, há uns dois domingos. Só não me lembro se houve a citação do livro da Fal Azevedo, pág. 177.

Bares e etc.

Ando passeando pelos bares de Niterói. Na sexta-feira, estive no Empório Icaraí e tomei, mais uma vez, a cerveja premium - com o mesmo nome da delicatessem - lançada há cerca de um mês. Trata-se de mais uma delícia feita pelo mestre cervejeiro da Mistura Clássica. Em breve será comercializada a cerveja escura e asseguro: é ótima! Experimentei na festa de lançamento. ($$$)

No sábado, caro leitor, almocei no Armazém e Botequim Granel, no caminho para Camboinhas, próximo ao Gendai. Foi a nossa segunda e agradável experiência por lá, com tira-gostos típicos de boteco, como moela com farofa e pernil fatiado. Deliciei-me com algumas Bohemias (há também a Original) e com o PF brasileiro. Para as crianças, eles servem o farto PF infantil, aprovadíssimo por Larissa e Rafaela. O lugar é muito bem decorado e o proprietário (João), bastante atencioso. Os preços são bons e o cliente pode sair satisfeito e, talvez, um pouco tonto... ($$)

No domingo, almocei em casa e levei ao forno o inhoque de batatas com molho de carne-seca, da Oficina das Massas (Piratininga). Adoro ir lá! Há massas frescas e congeladas, quiches, pastéis de forno e muitas outras iguarias, para serem servidas no local ou para viagem. Há também várias opções de vinhos, queijos e doces.
O bom é que sempre rola a degustação do vinho que o proprietário esteja querendo divulgar... ($$)







Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite (200 páginas, Rocco)




O livro da Fal Azevedo - narrado em primeira pessoa – é recheado de receitas culinárias (doces, salgados e drinques), saltando constantemente entre o presente e o passado da personagem principal, do início ao fim, alternando, porém, o tipo e o tamanho da letra, possivelmente com o objetivo de situar o leitor.

A protagonista se chama Alma, artista plástica, 44 anos, moradora de um bairro pobre, localizado em região de veraneio. Vive acompanhada dos seus animais de estimação: cães e gatos encontrados na rua, além de um jabuti. A história contém inúmeros retornos à infância, e às figuras familiares. Alma pinta, dá algumas aulas e leva uma vida simples, solitária. Conta com a amizade de um vizinho idoso, seu Lurdiano, e com os contatos realizados através de e-mails e telefonemas.

Inicialmente, estranhei o livro, pois havia acabado de ler O coração é um caçador solitário (Carson M.), um clássico da literatura americana - década de 40, do século XX – e um grande romance. Ora, uma comparação impossível. Seria injusto não dar chance ao novo. Depois, fui acostumando com a modernidade da história entremeada de e-mails e comentários engraçados. Quando me dei conta, a casa da Alma já estava desenhada em minha mente, permeada de detalhes: a cozinha, as telas espalhadas pela sala, as brigas e o carinho entre os bichinhos de estimação, o quintal e, principalmente, o cheiro dos bolos do seu Lurdiano, assim como as cores dos panos-de-prato que os cobriam. Sentia até vontade de fazer um cafezinho...

Os capítulos têm nomes como “Hortelã”, “Chocolate” e “Rosquinhas fritas”. Alma está acima do peso, é solteira, mas não tem nada a ver com Bridget Jones. É profunda em suas reflexões e firme no sentido de não mudar o próprio jeito de ser. Enfim, tem um passado que “pesa no banco de trás do carro”.

O final da história não chega perto daqueles típicos de romances água com açúcar. Tampouco é surpreendente, mas fica próximo à realidade. Com certeza, há muitas Almas andando pelas ruas, trabalhando ou fazendo compras no supermercado.

Gostei do terceiro livro publicado por essa autora e do blog (Drops da Fal), ao qual fiz uma visita, após ter lido a crônica da Cora Rónai. Leiam e curtam o blog, pois são viagens que valem a pena.

Segue trecho da página 120:

“A Justificativa e a explicação possibilitam que nos afastemos da dor. O interpretacionismo acaba sendo tão alienante quanto qualquer outro mecanismo de defesa. E inventar palavras gigantes pode não resolver, mas ajuda pra cacete.”

quinta-feira, setembro 11, 2008

Direto do News da Paula Cajaty

Clarões


Vídeo do Youtube.com:
Something's missing. 'Any Given Thursday', 2003, John Mayer. Fonte: www.youtube.com

parece que uma carícia chega
mansa, morna
debruçada na janela
quanto mais distante meu olho alcança.
e essa vida vai passando, tensa e ávida
enquanto descanso da pressa
atrás das tantas vidraças.
presa fácil do tempo
eu o distraio com palavras
prazeres sem nexo
dispersam mágoas
quando tardes se estilhaçam
e lembram sexo.

espero para achar algo que não passe
quando nada do que vejo permanece.

AFRODITE IN VERSO



Tardes de edredon
Escrito por Paula Cajaty
09-Set-2008


seus lençóis
a preferiam assim
desnuda, sem amarras
exausta de palavras.

desmedida de vontade
nua, ela era apenas
a mistura exata de
cabelos, pulseiras e anéis.

entremeados nela, crua
queriam sua voz, seu tom
seio e pele deslizando
quenturas a mais pelo peito.

sonos que não iniciam
se espraiavam, faustos
feito demoras sem fim rolando
tardes de edredon.

nas beiras da cama
ela era a paz profunda
a menina arisca dormia enfim
a fronha suja de batom.


Foi uma surpresa saber que minha colega da Procuradoria da República/RJ, a Paula, hoje analista processual na Procuradoria Regional da República/RJ, iria lançar seu livro de poesias. Fiquei feliz demais por essa conquista e tive a oportunidade de ler algumas das suas criações no site paulacajaty.com. Adorei!

quarta-feira, setembro 03, 2008

" (...) um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto"

"sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora
calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa (...)"

Leminski

Notícias da área jurídica

O blog da Juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo está atualizado e muito interessante. Vale a pena passar por lá e conferir as novidades em DIREITO DE FAMÍLIA.

http://www.direitosdasfamilias.blogspot.com/

IPÊ - ITATIAIA

 
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PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA - JULHO/2008

 
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FAMÍLIA

segunda-feira, setembro 01, 2008

Nada de "encontro marcado", mas sim uma surpresa que encheu meu domingo de luz.



Chris e Sabine - 31/08/2008 (uma tarde em foco)

"Eu não sei se vem de Deus
do céu ficar azul
ou virá dos olhos seus
essa cor que azuleja o dia..."

Valeu, amiga!

Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite (FAL AZEVEDO)

"Você acha que vai crescer e que o mundo, enfim, deixará de ser assustador, que você vai ter mais controle, que vai, pelo menos, entender as cousas, aprender as regras. Mas não há regras, ou melhor, as poucas que existem mudam constantemente e eu me vejo como quando tinha seis anos, parada, de olhos arregalados, cara a cara com o imutável, o inexplicável, o assustador, balbuciando "mas... mas... mas...". Que merda." (pág. 34)

LIVRARIA DA TRAVESSA: LUGAR DE DESCOBERTAS. É ONDE RENOVO AS MINHAS ENERGIAS...



NOSTALGIA




Máquina de escrever Royal - 1902

 
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