adj. s.m. FARM 1 que ou o que combate os efeitos de uma toxina ou veneno (diz-se de substância, medicamento, soro). s.m. 2 p.ext. o que evita ou corrige (vício, defeito, estado de depressão psicológica, paixão etc.); corretivo, remédio. ETIM lat. antidôtum,i'id.', do gr. antidoton, ou 'id'. Dicionário Houaiss
domingo, fevereiro 25, 2007
Paul Auster (Entre Livros nº 22)
"Creio que a arte é uma enfermidade, você se infecta e não se recupera. Todos os artistas, mesmo que não queiram enxergar, são pessoas que sofrem, pessoas que não se encaixam neste mundo e buscam outro. Há pessoas que se acomodam com sua mente, com seu corpo, com sua maneira de ser. Eu as admiro, mas não sou dessas."
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Teste
Tentei postar fotos e textos hoje, mas estou achando horrível essa nova versão do Blogger. Que saco!
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
DICA LITERÁRIA 2
UMA MARGEM DISTANTE
"A Europa vive "tempos interessantes". Quem possui o hábito de acompanhar o noticiário há de considerar esta afirmação inicial um tanto redundante, vaga e pouco objetiva. Em contrapartida, aqueles menos acostumados com a política internacional também já têm percebido alguma alteração no ambiente e, sobretudo, na forma como o senso comum se refere ao velho mundo. Afinal de contas, e só no ano passado, com a crescente preocupação de terrorismo internacional, entre tantos outros acontecimentos, sobrou até para um cantor de música popular brasileira, o "Seu" Jorge, que foi preso no aeroporto de Londres, sem mencionar a morte do eletricista mineiro Jean Charles de Meneses, que foi baleado pela Scotland Yard sob acusação (como se viu enganosa) de ser terrorista. Coincidência ou não, o romance Uma margem distante, do escritor caribenho Caryl Phillips, traz uma história que flerta com a polêmica da imigração, tema que tem gerado inúmeros debates sobre direitos humanos, justiça social, ética. No romance, Phillips, ao contrário do que se pode esperar, não escreve um libelo político, daqueles que poderiam figurar dentro da perspectiva de "arte engajada". Antes, Uma margem distante é um romance que disserta sobre as relações humanas tendo como pano de fundo, se o trocadilho for permitido, alguns aspectos das relações internacionais."
DICA LITERÁRIA 1
"Bolor foi elaborado sob a forma de um ”diário” em que o autor regista os sinais de um amor que ruiu e acabou, se desfez nos seus traços mais leves ou menos importantes. A gratuitidade dos gestos e palavras, os silêncios e os diálogos inacabados ou sem muito sentido, tudo isso faz desta obra um “diário” de incomunicabilidade, incômodo e muito perturbador. Trata-se de um romance dentro de outro romance."
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Passagens - Walter Benjamin
A propósito do abismo e de "tenho medo do sono como se tem medo de um grande buraco" ("Le Gouffre" ), Nietzsche: "conheceis o terror do homem prestes a adormecer? - Ele se aterroriza dos pés à cabeça porque o chão lhe escapa e começa o sonho." Nietzsche, Zaratrusta, ed. Kröner, Leipzig, p.215.
Tô Só
Crônica de Hilda Hilst para o "Correio Popular" de Campinas-SP
Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá
de teta
de azul
de berimbau
de doutora em letras?
E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?
Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?
nave
ave
moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho.*
Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.
* Trovas de muito amor para um amado senhor - SP: Anhambi, 1959
Crônica de Hilda Hilst para o "Correio Popular" de Campinas-SP
Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá
de teta
de azul
de berimbau
de doutora em letras?
E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?
Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?
nave
ave
moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho.*
Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.
* Trovas de muito amor para um amado senhor - SP: Anhambi, 1959
Cantares do Sem Nome e de Partidas
de Hilda Hilst
Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
de Hilda Hilst
Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
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