quarta-feira, abril 25, 2007

"Se uma felicidade, um anseio por uma nova felicidade, é, em certo sentido, o que mantém o vivente preso à vida e continua impelindo-o para ela, então talvez nenhum filósofo tenha mais razão do que o cínico: pois a felicidade do animal como a do cínico perfeito é a prova viva da razão do cinismo. A mínima felicidade, contanto que seja ininterrupta e faça feliz, é incomparavelmente maior do que a maior do que a maior felicidade que só venha episodicamente, como capricho, como um incidente desvairado, entre puro desprazer, desejo e privação. No entanto, em meio à menor como em meio à maior felicidade é sempre uma coisa que torna a felicidade o que ela é: o poder-esquecer ou, dito de maneira mais erudita, a faculdade de sentir a-historicamente durante a sua duração. Quem não pode se instalar no limiar do instante, esquecendo todo o passado, quem não consegue firmar pé em um ponto como uma divindade da vitória sem vertigem e sem medo, nunca saberá o que é felicidade, e ainda pior: nunca fará algo que torne os outros felizes."

Nietzsche

Um comentário:

Anônimo disse...

Chris, adorei a prosa e poesia que vc mandou... como já deve ter adivinhado, ainda estou muito ocupada, o tempo que sobra é pra ver as coisas da casa e dos meninos. Mas falta pouco! Beijos
val