sexta-feira, agosto 31, 2007

Eu não me canso de olhar...

É isso aí (Ana Carolina e Seu Jorge )

É isso aí...
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa

Quase sempre.
É isso aí...
Os passos vão pelas ruas
Ninguém repa...rou na lua
A vida sempre continua.

Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não sei parar... de te olhar.

É isso aí...
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade.
É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amo...res

Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não vou parar... de te olhar.

quarta-feira, agosto 29, 2007

CLARICE LISPECTOR

Recebi o texto abaixo de uma amiga, como resposta ao e-mail que enviei com o texto da Martha Medeiros "A pior vontade de viver":

"Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém."

"Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim?"

Clarice Lispector

segunda-feira, agosto 27, 2007

CUPIDO (MARIA RITA)

Eu vi quando você me viu
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Ficou só você eu eu
Quando você me viu...

Amor em paz

Eu amei
E amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei ao sentir que eu iria sofrer
E me desesperar
Foi então, que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
O amor é a coisa mais triste quando se desfaz.

DRUMMOND

Campo de flores

Deus me deu um amor no tempo de madureza,

quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos

e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia

e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.
Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra

imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.
E o tempo que levou uma rosa indecisa

a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.
Hoje tenho um amor e me faço espaçoso

para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.
Seu grão de angústia amor já me oferece

na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.
Mas, porque me tocou um amor crepuscular,

há que amar diferente.
De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos.
E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde
.

É QUE EM TODO LADO, MESMO NO INVISÍVEL,
HÁ UMA PORTA. LONGE OU PERTO,
NÃO SOMOS DONOS MAS SIMPLES CONVIDADOS.
A VIDA POR RESPEITO, REQUER CONSTANTE LICENÇA.

MIA COUTO

quinta-feira, agosto 09, 2007

"A CICATRIZ TÃO LONGE DE UMA FERIDA TÃO DENTRO: A AUSENTE PERMANÊNCIA DE QUEM MORREU. NO AVÔ MARIANO CONFIRMO: MORTO AMADO NUNCA MAIS PÁRA DE MORRER."

"E SE CONFIRMA A VERDADE DAS PALAVRAS DO VELHO MARIANO: EU TERIA RESIDÊNCIAS, SIM, MAS CASA SERIA AQUELA, ÚNICA, INDISPUTÁVEL."

"O IMPORTANTE NÃO É ONDE MORAMOS
MAS ONDE, EM NÓS, A CASA MORA."

UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (MIA COUTO)

PAI


A MÃE É ETERNA
O PAI É IMORTAL
(DIZER DE LUAR-DO-CHÃO)
MIA COUTO

sexta-feira, agosto 03, 2007

TOCANDO NA RÁDIO CABEÇA

Sou Sua lyrics
Adriana Calcanhotto


Sou sua luz
Sou sua cruz
Sou sua flor
Sou sua jura
Sou sua cura
Pro mal do amor
Sou sua meia
Sou sua sereia
Cheia de sol
Sou sua lua
Sua carne crua
Sobre o lençol
Sou sua Amélia
Sou sua Ofélia
Sou sua foz
Sou sua fonte
Sou sua ponte
pro além de nós
Sou sua chita
Sua criptonita
Sou sua Lois
Sou sua Jóia
Sou sua Nóia
Sua outra voz
Sou sua
Sou sua
Sou sua
Plenamente
Simplesmente