sexta-feira, julho 09, 2010

LEITURA ATUAL 1



"A partir de uma minuciosa pesquisa, Miguel Sousa Tavares reconstrói, em Rio das flores, a atmosfera política, social e cultural de Portugal e do Brasil entre os anos de 1915 e 1945. Ao narrar a saga de uma família de latifundiários portugueses, faz um belo painel histórico e uma crítica aos totalitarismos da época

Com grande habilidade em casar ficção e história, Miguel Sousa Tavares, autor do aclamado Equador, faz neste seu segundo romance uma crítica a tudo o que tolhe a liberdade, seja no plano mais íntimo ou nos vastos territórios da política e da sociedade de uma maneira geral.A narrativa, que conta a história de três gerações da família Ribera Flores, se inicia em 1915 com a primeira República portuguesa e os embates com os monarquistas, percorrendo os principais acontecimentos políticos, sociais e culturais que marcaram Portugal, Espanha, Alemanha e o Brasil até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Filhos do monarquista e grande proprietário de terras alentejano Manuel Custódio, Diogo e Pedro protagonizam pólos opostos no seio familiar, mas que são reflexo dos acontecimentos externos. O primeiro, intelectual e absolutamente contrário aos totalitarismos, quer a mudança e decide deixar a mulher, as terras do clã e o Portugal salazarista para começar vida nova ao lado de uma mulata numa fazenda no Vale do Paraíba, no Brasil,em pleno Estado Novo.Pedro, no entanto, quer assegurar a permanência de sua posição de latifundiário. "Tu podes fazer este papel porque está alguém aqui a manter as coisas", diz a Diogo. Chega a aderir à União Nacional e lutar ao lado dos franquistas na Guerra Civil Espanhola.

Por meio de uma prosa envolvente e rica em detalhes, o autor traça, através da história dos Ribera Flores ? com suas tradições, histórias de amor e rupturas ?, um grande painel que comporta as principais contradições e acontecimentos da primeira metade do século XX".

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