adj. s.m. FARM 1 que ou o que combate os efeitos de uma toxina ou veneno (diz-se de substância, medicamento, soro). s.m. 2 p.ext. o que evita ou corrige (vício, defeito, estado de depressão psicológica, paixão etc.); corretivo, remédio. ETIM lat. antidôtum,i'id.', do gr. antidoton, ou 'id'. Dicionário Houaiss
domingo, outubro 07, 2007
Adorei o novo cd da Maria Rita...
“Tá Perdoado“
Maria Rita | Samba Meu
Defumei o corredor
Perfumei o elevador
Pra tirar de vez o mal olhado
A saudade me esquentou
Consertei o ventilador
Pro teu corpo não ficar suado.
Nessa onde de calor
Eu até peguei uma cor
To com o corpo todo bronzeado.
Seja do jeito que for
Eu te juro meu amor
Se quiser voltar, tá perdoado!
Fui a pé a salvador
De joelho ao redentor
Pra ver nosso amor abençoado
Nosso lar se enfeitou
A esperança germinou
Ah, tem muita flor pra todo lado
Pra curar a minha dor
Procurei um bom doutor
Me mandou beijar teu beijo mais molhado
E se voltar te dou café
Preliminar com um cafuné
Pra deixar teu dia mais gostoso
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
Deixa pintar o entardecer
E o sol brincar de se esconder
Tarde e chuva eu fico mais fogosa
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Fui a pé a salvador
De joelho ao redentor
Pra ver nosso amor abençoado
Nosso lar se enfeitou
A esperança germinou
Ah, tem muita flor pra todo lado
Pra curar a minha dor
Procurei um bom doutor
Me mandou beijar teu beijo mais molhado
E se voltar te dou café
Preliminar com um cafuné
Pra deixar teu dia mais gostoso
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
Deixa pintar o entardecer
E o sol brincar de se esconder
Tarde e chuva eu fico mais fogosa
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Maria Rita | Samba Meu
Defumei o corredor
Perfumei o elevador
Pra tirar de vez o mal olhado
A saudade me esquentou
Consertei o ventilador
Pro teu corpo não ficar suado.
Nessa onde de calor
Eu até peguei uma cor
To com o corpo todo bronzeado.
Seja do jeito que for
Eu te juro meu amor
Se quiser voltar, tá perdoado!
Fui a pé a salvador
De joelho ao redentor
Pra ver nosso amor abençoado
Nosso lar se enfeitou
A esperança germinou
Ah, tem muita flor pra todo lado
Pra curar a minha dor
Procurei um bom doutor
Me mandou beijar teu beijo mais molhado
E se voltar te dou café
Preliminar com um cafuné
Pra deixar teu dia mais gostoso
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
Deixa pintar o entardecer
E o sol brincar de se esconder
Tarde e chuva eu fico mais fogosa
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Fui a pé a salvador
De joelho ao redentor
Pra ver nosso amor abençoado
Nosso lar se enfeitou
A esperança germinou
Ah, tem muita flor pra todo lado
Pra curar a minha dor
Procurei um bom doutor
Me mandou beijar teu beijo mais molhado
E se voltar te dou café
Preliminar com um cafuné
Pra deixar teu dia mais gostoso
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
Deixa pintar o entardecer
E o sol brincar de se esconder
Tarde e chuva eu fico mais fogosa
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz daquele jeito carinhoso
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
PAZ
"A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadiu meu destino... A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer um Japão na paz
A paz invadiu o meu coração..."
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadiu meu destino... A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer um Japão na paz
A paz invadiu o meu coração..."
terça-feira, outubro 02, 2007
AMOR PROMESSA E DÚVIDA - MARCIA TIBURI
Amor é uma palavra que precisamos hoje usar com cuidado. Para os poetas é uma palavra bonita, para os conquistadores sexuais ou religiosos, é estratégica. De outro lado, é sincera tanto quanto é confusa, para muitos amantes que, adolescentes ou maduros, se perdem em suas promessas. Não há amor sem promessa de felicidade, já dizia Sthendal, escritor do século XIX. Amantes são aqueles que vivem em nome do amor, que o praticam à procura de um ideal de felicidade que só o amor parece realizar. Quem acredita nisto pode bem ser chamado de romântico.
Para os descrentes, porém, os que desistiram de amar, amor não passa de uma palavra em desuso. Algo nela pode soar a pieguice ou sentimentalismo. Melhor deixá-la de lado, pensa o decepcionado. Mera máscara sem rosto, rememoração do ressentimento de não se ter mais a realização da promessa na qual acreditara, o amor, para muitos, está fora da ordem. E, por isso, fora de moda e mesmo algo banal.
AMAR O AMOR, DUVIDAR DO AMOR
Além daquele que olha o amor com a dor que lhe restou há alguém que ainda crê no amor, ainda que seja seu crítico. Talvez o amor não tenha sido a parte feliz de sua sina e é melhor analisá-lo racionalmente como qualquer objeto. Pesa a voz de ilusão do amor interna a uma promessa ideal. Algo que faz duvidar dele. Ainda que ao duvidar se esteja buscando chegar, de algum modo, perto do amor. Só a dúvida poderia nos levar a ter esperança de, algum dia, chegar à certeza. O que há de mais certo sobre o amor, é, todavia, que ele é plenamente incerto. Mesmo assim pensar nele é uma prazer mais que romântico.
Neste caso, como palavra, o amor é menos substantivo e mais verbo. Intransitivo, o que simplesmente é e não se conjuga, como no título do romance escrito em 1923 por Mário de Andrade "Amar, verbo intransitivo". Ama-se o amor, mais do que alguém que amar. Quer-se amar, amar é preciso, mais do que saber o que é o amor. Definir o amor é o que menos importa. Neste título, porém, há uma definição do amor, a de que ele é um sentimento que se vive, não importa quando, nem onde, nem em relação a quê.
Talvez o amor sobre o qual tanto falamos esteja hoje longe de nós à medida que confundimos a riqueza da expressão amor com a paixão. Falta-nos atenção ao amor quando o confundimos com a simples paixão que é o desejo autoritário e desenfreado por alguma coisa ou pessoa. É como se o amor fosse algo que nos toma e que não podemos compreender, quando muito ter sorte com ele, ou aceitar o sofrimento, a dor com cuja rima já não podemos deixar de vê-lo.
AMOR PLATÔNICO
O amor está presente no nascimento da filosofia. No período clássico da Grécia antiga, o amor é uma das questões mais importantes. Podemos dizer que a filosofia começa com a descoberta do amor. O amor é o que nos faz pensar. Na base do amor está o espanto, o encantamento. Para os filósofos antigos, o amor não é uma palavra complexa, mas três: eros, philia, ágape. Cada uma delas tenta designar um sentimento que é bem maior que a palavra com a qual é expresso. O sentimento nunca é simples, a palavra que o batiza também não.
Eros é o amor como desejo. Na obra de Platão trata-se de um sentimento que compõe a própria filosofia, o modo como se pode pensar. Não apenas desejo do belo, do corpo de outro, anseio de alegrias carnais, mas, sobretudo, é o sentimento que compõe o desejo de saber o que está para além do corpo. Quando se ama alguém, do ponto de vista platônico, se ama o que está além do que se vê. Se ama, inclusive, o que não se vê. Por isso, a curiosa expressão "amor platônico" tem uso corrente em nosso vocabulário. Com ela procuramos expressar o amor que vive de ser teoria sobre si mesmo. Ele se auto-alimenta. É uma espécie de amar como verbo intransitivo. Um amor sem prática, pura admiração, pura contemplação. Contemplação, ver algo, é o termo pelo qual se traduz a palavra "teoria". Podemos dizer que o amor platônico é um amor teórico, um amor que se compraz em ver, olhar, pensar no que se vê. O que se vê, porém, não corresponde ao olho do corpo, mas ao olho da alma.
ALÉM DO AMOR
"Filia" significa amizade. Filosofia (Philia+Sophia) é uma espécie de amizade pela sabedoria. A amizade é próxima do desejo, pois ambos querem chegar ao mesmo lugar que é o bem. Apenas é um pouco diferente de Eros, pois na Philia a racionalidade exerce sua força. Ela designa um passo além do desejo enquanto este é fortemente platônico e contemplativo. Na amizade constitui-se um laço que vai além do contemplativo ainda que dele precise, que ele permaneça em sua base.
De um amigo queremos ficar perto por admiração e respeito. Ao mesmo tempo a amizade envolve a noção de companheirismo, de estar junto do outro. O amigo é o que se une ao outro em nome de algo comum. Quando a palavra filosofia foi forjada no século V a.C. na escola pitagórica, ela se referia ao grupo de filósofos reunidos na prática de uma vida contemplativa, uma vida em nome da sabedoria. A filosofia era uma prática de vida que se realizava entre amigos.
Ágape era o amor que se tinha por tudo o que existia. Era o amor desinteressado, o amor pela vida. Sobretudo, Ágape define uma amor pela natureza, é o amor altruísta. Amor que uma determinada compreensão do mundo como morada do humano dentro do cosmos, como ordem da natureza e da cultura. Os gregos acreditaram no amor como uma potência essencial a tudo o que existia, assim como o cristianismo primordial. Como poderíamos hoje retirar o amor da banalização à qual foi lançado e restituir seu sentido maior, aquele que leva à liberdade humana? A resposta a esta pergunta exige o próprio amor.
Para os descrentes, porém, os que desistiram de amar, amor não passa de uma palavra em desuso. Algo nela pode soar a pieguice ou sentimentalismo. Melhor deixá-la de lado, pensa o decepcionado. Mera máscara sem rosto, rememoração do ressentimento de não se ter mais a realização da promessa na qual acreditara, o amor, para muitos, está fora da ordem. E, por isso, fora de moda e mesmo algo banal.
AMAR O AMOR, DUVIDAR DO AMOR
Além daquele que olha o amor com a dor que lhe restou há alguém que ainda crê no amor, ainda que seja seu crítico. Talvez o amor não tenha sido a parte feliz de sua sina e é melhor analisá-lo racionalmente como qualquer objeto. Pesa a voz de ilusão do amor interna a uma promessa ideal. Algo que faz duvidar dele. Ainda que ao duvidar se esteja buscando chegar, de algum modo, perto do amor. Só a dúvida poderia nos levar a ter esperança de, algum dia, chegar à certeza. O que há de mais certo sobre o amor, é, todavia, que ele é plenamente incerto. Mesmo assim pensar nele é uma prazer mais que romântico.
Neste caso, como palavra, o amor é menos substantivo e mais verbo. Intransitivo, o que simplesmente é e não se conjuga, como no título do romance escrito em 1923 por Mário de Andrade "Amar, verbo intransitivo". Ama-se o amor, mais do que alguém que amar. Quer-se amar, amar é preciso, mais do que saber o que é o amor. Definir o amor é o que menos importa. Neste título, porém, há uma definição do amor, a de que ele é um sentimento que se vive, não importa quando, nem onde, nem em relação a quê.
Talvez o amor sobre o qual tanto falamos esteja hoje longe de nós à medida que confundimos a riqueza da expressão amor com a paixão. Falta-nos atenção ao amor quando o confundimos com a simples paixão que é o desejo autoritário e desenfreado por alguma coisa ou pessoa. É como se o amor fosse algo que nos toma e que não podemos compreender, quando muito ter sorte com ele, ou aceitar o sofrimento, a dor com cuja rima já não podemos deixar de vê-lo.
AMOR PLATÔNICO
O amor está presente no nascimento da filosofia. No período clássico da Grécia antiga, o amor é uma das questões mais importantes. Podemos dizer que a filosofia começa com a descoberta do amor. O amor é o que nos faz pensar. Na base do amor está o espanto, o encantamento. Para os filósofos antigos, o amor não é uma palavra complexa, mas três: eros, philia, ágape. Cada uma delas tenta designar um sentimento que é bem maior que a palavra com a qual é expresso. O sentimento nunca é simples, a palavra que o batiza também não.
Eros é o amor como desejo. Na obra de Platão trata-se de um sentimento que compõe a própria filosofia, o modo como se pode pensar. Não apenas desejo do belo, do corpo de outro, anseio de alegrias carnais, mas, sobretudo, é o sentimento que compõe o desejo de saber o que está para além do corpo. Quando se ama alguém, do ponto de vista platônico, se ama o que está além do que se vê. Se ama, inclusive, o que não se vê. Por isso, a curiosa expressão "amor platônico" tem uso corrente em nosso vocabulário. Com ela procuramos expressar o amor que vive de ser teoria sobre si mesmo. Ele se auto-alimenta. É uma espécie de amar como verbo intransitivo. Um amor sem prática, pura admiração, pura contemplação. Contemplação, ver algo, é o termo pelo qual se traduz a palavra "teoria". Podemos dizer que o amor platônico é um amor teórico, um amor que se compraz em ver, olhar, pensar no que se vê. O que se vê, porém, não corresponde ao olho do corpo, mas ao olho da alma.
ALÉM DO AMOR
"Filia" significa amizade. Filosofia (Philia+Sophia) é uma espécie de amizade pela sabedoria. A amizade é próxima do desejo, pois ambos querem chegar ao mesmo lugar que é o bem. Apenas é um pouco diferente de Eros, pois na Philia a racionalidade exerce sua força. Ela designa um passo além do desejo enquanto este é fortemente platônico e contemplativo. Na amizade constitui-se um laço que vai além do contemplativo ainda que dele precise, que ele permaneça em sua base.
De um amigo queremos ficar perto por admiração e respeito. Ao mesmo tempo a amizade envolve a noção de companheirismo, de estar junto do outro. O amigo é o que se une ao outro em nome de algo comum. Quando a palavra filosofia foi forjada no século V a.C. na escola pitagórica, ela se referia ao grupo de filósofos reunidos na prática de uma vida contemplativa, uma vida em nome da sabedoria. A filosofia era uma prática de vida que se realizava entre amigos.
Ágape era o amor que se tinha por tudo o que existia. Era o amor desinteressado, o amor pela vida. Sobretudo, Ágape define uma amor pela natureza, é o amor altruísta. Amor que uma determinada compreensão do mundo como morada do humano dentro do cosmos, como ordem da natureza e da cultura. Os gregos acreditaram no amor como uma potência essencial a tudo o que existia, assim como o cristianismo primordial. Como poderíamos hoje retirar o amor da banalização à qual foi lançado e restituir seu sentido maior, aquele que leva à liberdade humana? A resposta a esta pergunta exige o próprio amor.
domingo, setembro 16, 2007
quarta-feira, setembro 12, 2007
A vida que a gente leva
A vida que a gente leva - Leila Pinheiro
Não tenho medo de nada
porque vivo minha vida
como quem sorve uma taça
de preciosa bebida
saboreio lentamente
cada hora, cada dia
nas coisas que tão somente
fazem a minha alegria
Eu te dou um forte abraço
eu canto
eu digo um agrado
tudo pra ver teu sorriso
o teu sorriso é sagrado
e, às vezes, apenas isto
é luz que dissipa a treva
A gente leva da vida, amor
a vida que a gente leva
Não tenho medo de nada
porque vivo minha vida
como quem sorve uma taça
de preciosa bebida
saboreio lentamente
cada hora, cada dia
nas coisas que tão somente
fazem a minha alegria
Eu te dou um forte abraço
eu canto
eu digo um agrado
tudo pra ver teu sorriso
o teu sorriso é sagrado
e, às vezes, apenas isto
é luz que dissipa a treva
A gente leva da vida, amor
a vida que a gente leva
segunda-feira, setembro 10, 2007
NORMOSE
O texto de Martha Madeiros critica a angustiante busca por padrões e questiona o que é ser “normal” nos dias de hoje (Fonte: Zero Hora, 05/08/07).
Normose
Martha Medeiros
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. Quanto mais a vida se torna truculenta, mais necessidade temos de buscar paz de espírito, o que explica o interesse crescente por crenças como o budismo e práticas como a ioga, que, cada uma a seu modo, procuram trazer a pessoa de volta para seu eixo interno, para um estado de relaxamento e de encontro com a felicidade através das coisas mais simples.
Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata, que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for "todos". Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Normose
Martha Medeiros
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. Quanto mais a vida se torna truculenta, mais necessidade temos de buscar paz de espírito, o que explica o interesse crescente por crenças como o budismo e práticas como a ioga, que, cada uma a seu modo, procuram trazer a pessoa de volta para seu eixo interno, para um estado de relaxamento e de encontro com a felicidade através das coisas mais simples.
Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata, que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for "todos". Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
quinta-feira, setembro 06, 2007
BLOGS
DIVULGANDO OS BLOGS (em construção) DAS AMIGAS:
http://www.direitosdasfamilias.blogspot.com/ (AGLAÉ)
http://vitamina-cor.blogspot.com/ (CLÁUDIA)
http://www.karinganauakaringana.blogspot.com/ (SÍLVIA)
Apareçam e deixem um comentário!!!!
http://www.direitosdasfamilias.blogspot.com/ (AGLAÉ)
http://vitamina-cor.blogspot.com/ (CLÁUDIA)
http://www.karinganauakaringana.blogspot.com/ (SÍLVIA)
Apareçam e deixem um comentário!!!!
Maysa - Ouça
Maysa - Ouça
Ouça, vá viver a sua vida com outro alguém,
hoje eu já cansei de prá você não ser
ninguém.
O passado não foi o bastante
prá lhe convencer que o futuro
seria bem grande, só eu e você.
Quando a lembrança com você for morar
e bem baixinho de saudade
você chorar,
vai lembrar que um dia existiu
um alguém que só carinho pediu
e você fez questão de não dar,
fez questão de negar.
Não preciso dizer a vocês que amei o cd! Aliás, A-D-O-R-O curtir uma dor-de-cotovelo, nem que seja só pra entrar no clima das canções. Aí, a gente abre uma cerveja gelada e até chora se a emoção falar mais alto...
Beijos e um excelente feriado!
Chris
Ouça, vá viver a sua vida com outro alguém,
hoje eu já cansei de prá você não ser
ninguém.
O passado não foi o bastante
prá lhe convencer que o futuro
seria bem grande, só eu e você.
Quando a lembrança com você for morar
e bem baixinho de saudade
você chorar,
vai lembrar que um dia existiu
um alguém que só carinho pediu
e você fez questão de não dar,
fez questão de negar.
Não preciso dizer a vocês que amei o cd! Aliás, A-D-O-R-O curtir uma dor-de-cotovelo, nem que seja só pra entrar no clima das canções. Aí, a gente abre uma cerveja gelada e até chora se a emoção falar mais alto...
Beijos e um excelente feriado!
Chris
quarta-feira, setembro 05, 2007
MAYSA – ESTA CHAMA QUE NÃO VAI PASSAR...
"MAYSA – ESTA CHAMA QUE NÃO VAI PASSAR... CD faz um tributo à Maysa com 20 músicas que marcaram a carreira da compositora e cantora A obra autêntica e atemporal de uma das mais geniais figuras que a música popular brasileira já teve está no CD Maysa – esta chama que não vai passar..., lançamento da Biscoito Fino, tributo à compositora e intérprete que fez da música de fossa e da dor-de-cotovelo a sua marca. Como explica o escritor Lira Neto, autor da biografia de Maysa recém-lançada, a eterna cantora dos amores frustrados tinha a exata consciência de que, à certa altura, tornara-se refém da própria imagem pública: “Eu embarquei nessa canoa furada e acabei me tornando o que queriam que eu fosse: uma mulher mal-amada”, desabafou certa vez. Mal ou bem-amada, esta paulista nascida numa família rica e tradicional, casada aos 18 anos com o herdeiro da milionária família Matarazzo, só esperou o nascimento do único filho, o diretor de TV Jayme Monjardim, para cair de corpo e alma na música, que cultivava desde a infância.
Como ela própria conta num texto no encarte do disco, seu pai era muito amigo de Sílvio Caldas e Elizeth Cardoso. O próprio Sílvio foi a primeira pessoa a ajudá-la a tocar violão. Com Elizeth aprendeu muito para se tornar cantora. Abriu mão de uma vida familiar estável para seguir sua verdadeira estrada. Em cerca de 50 músicas gravadas, sempre deixou refletir seu estado de alma, sua tristeza e solidão. Nunca conseguiu escrever nada alegre. Em Maysa – esta chama que não vai passar..., produzido por Thiago Marques Luiz, 21 intérpretes relembram seus maiores sucessos, composições da própria Maysa e de outros compositores que ela eternizou.
segunda-feira, setembro 03, 2007
QUATRO GERAÇÕES
No domingo, recebemos a visita da Bisa Nair, Vivi e Fernanda (minhas primas-irmãs). Foi uma delícia poder reunir quatro gerações do lado feminino da família Reis, na cozinha, comendo bolinhos-de-chuva. Um verdadeiro presente de Deus! Fiquei emocionada.
A Bisa (88 anos) voltou pra casa feliz, levando consigo uma muda de dama-da-noite. Agora, além dos trabalhos manuais - ela faz croché, tricô e bijus - terá mais uma plantinha para regar e se distrair, durante essa vida que, hoje, já passa lentamente...
A Bisa (88 anos) voltou pra casa feliz, levando consigo uma muda de dama-da-noite. Agora, além dos trabalhos manuais - ela faz croché, tricô e bijus - terá mais uma plantinha para regar e se distrair, durante essa vida que, hoje, já passa lentamente...
domingo, setembro 02, 2007
Vanessa da Mata - Vermelho
Gostar de ver você sorrir
Gastar das horas pra te ver dormir
Enquanto o mundo roda em vão
Eu tomo o tempo
O velho gasta solidão
Em meio aos pombos na Praça da Sé
O pôr do Sol invade o chão do apartamento
Vermelhos são seus beijos
Que meigos são seus olhos
Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego
Vermelhos são seus beijos
Quase que me queimam
Que meigo são seus olhos
Lânguida face
Seus beijos são vermelhos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego
Vermelhos são seus beijos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
Seus beijos são vermelhos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
Gastar das horas pra te ver dormir
Enquanto o mundo roda em vão
Eu tomo o tempo
O velho gasta solidão
Em meio aos pombos na Praça da Sé
O pôr do Sol invade o chão do apartamento
Vermelhos são seus beijos
Que meigos são seus olhos
Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego
Vermelhos são seus beijos
Quase que me queimam
Que meigo são seus olhos
Lânguida face
Seus beijos são vermelhos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego
Vermelhos são seus beijos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
Seus beijos são vermelhos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face
sexta-feira, agosto 31, 2007
Eu não me canso de olhar...
É isso aí (Ana Carolina e Seu Jorge )
É isso aí...
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre.
É isso aí...
Os passos vão pelas ruas
Ninguém repa...rou na lua
A vida sempre continua.
Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não sei parar... de te olhar.
É isso aí...
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade.
É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amo...res
Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não vou parar... de te olhar.
É isso aí...
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre.
É isso aí...
Os passos vão pelas ruas
Ninguém repa...rou na lua
A vida sempre continua.
Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não sei parar... de te olhar.
É isso aí...
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade.
É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amo...res
Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não vou parar... de te olhar.
quarta-feira, agosto 29, 2007
CLARICE LISPECTOR
Recebi o texto abaixo de uma amiga, como resposta ao e-mail que enviei com o texto da Martha Medeiros "A pior vontade de viver":
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim?"
Clarice Lispector
"Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém."
"Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim. "Eu disse a uma amiga:
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim?"
Clarice Lispector
terça-feira, agosto 28, 2007
segunda-feira, agosto 27, 2007
CUPIDO (MARIA RITA)
Eu vi quando você me viu
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Ficou só você eu eu
Quando você me viu...
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Ficou só você eu eu
Quando você me viu...
Amor em paz
Eu amei
E amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei ao sentir que eu iria sofrer
E me desesperar
Foi então, que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
O amor é a coisa mais triste quando se desfaz.
E amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei ao sentir que eu iria sofrer
E me desesperar
Foi então, que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
O amor é a coisa mais triste quando se desfaz.
DRUMMOND
Campo de flores
Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.
Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.
E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.
Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.
Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.
Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente.
De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos.
E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.
Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.
Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.
E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.
Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.
Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.
Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente.
De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos.
E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.
domingo, agosto 19, 2007
quinta-feira, agosto 09, 2007
"A CICATRIZ TÃO LONGE DE UMA FERIDA TÃO DENTRO: A AUSENTE PERMANÊNCIA DE QUEM MORREU. NO AVÔ MARIANO CONFIRMO: MORTO AMADO NUNCA MAIS PÁRA DE MORRER."
"E SE CONFIRMA A VERDADE DAS PALAVRAS DO VELHO MARIANO: EU TERIA RESIDÊNCIAS, SIM, MAS CASA SERIA AQUELA, ÚNICA, INDISPUTÁVEL."
"O IMPORTANTE NÃO É ONDE MORAMOS
MAS ONDE, EM NÓS, A CASA MORA."
UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (MIA COUTO)
"E SE CONFIRMA A VERDADE DAS PALAVRAS DO VELHO MARIANO: EU TERIA RESIDÊNCIAS, SIM, MAS CASA SERIA AQUELA, ÚNICA, INDISPUTÁVEL."
"O IMPORTANTE NÃO É ONDE MORAMOS
MAS ONDE, EM NÓS, A CASA MORA."
UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (MIA COUTO)
segunda-feira, agosto 06, 2007
sexta-feira, agosto 03, 2007
TOCANDO NA RÁDIO CABEÇA
Sou Sua lyrics
Adriana Calcanhotto
Sou sua luz
Sou sua cruz
Sou sua flor
Sou sua jura
Sou sua cura
Pro mal do amor
Sou sua meia
Sou sua sereia
Cheia de sol
Sou sua lua
Sua carne crua
Sobre o lençol
Sou sua Amélia
Sou sua Ofélia
Sou sua foz
Sou sua fonte
Sou sua ponte
pro além de nós
Sou sua chita
Sua criptonita
Sou sua Lois
Sou sua Jóia
Sou sua Nóia
Sua outra voz
Sou sua
Sou sua
Sou sua
Plenamente
Simplesmente
Adriana Calcanhotto
Sou sua luz
Sou sua cruz
Sou sua flor
Sou sua jura
Sou sua cura
Pro mal do amor
Sou sua meia
Sou sua sereia
Cheia de sol
Sou sua lua
Sua carne crua
Sobre o lençol
Sou sua Amélia
Sou sua Ofélia
Sou sua foz
Sou sua fonte
Sou sua ponte
pro além de nós
Sou sua chita
Sua criptonita
Sou sua Lois
Sou sua Jóia
Sou sua Nóia
Sua outra voz
Sou sua
Sou sua
Sou sua
Plenamente
Simplesmente
quinta-feira, agosto 02, 2007
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