quinta-feira, junho 21, 2007

DESEJO DO ONTEM

Cada vez que acontece algo de ruim ao ser humano, da perda de uma amizade, do final de um romance, a uma fatalidade - como acidentes, descoberta de doenças ou a morte de um ente querido - os primeiros pensamentos a invadir a mente são: “ontem eu estava tão bem!”, “como pôde ter acontecido isso?” “Logo agora...”

Não foi à toa que Spielberg fez com que o Super-Homem girasse em torno da terra, provocando o retorno do tempo em 24h, para que o herói tivesse novamente a chance de salvar a sua amada.

Há pouco, fiquei sabendo da existência de um recurso no Windows XP que faz “fotografias” da configuração do HD nos momentos em que ela está perfeita e, se no futuro houver algum problema, um vírus corromper arquivos ou der uma pane qualquer no PC, basta entrar no sistema e retornar à configuração anterior, existente numa determinada data na qual você imagina que tudo estivesse funcionando corretamente. Beleza! Isso muitas vezes resolve o problema e o computador volta a ser como antes, sem problemas, erros, etc. Isso é tecnologia!

Imagine se o corpo humano fosse dotado de recurso semelhante. Se ficássemos doentes ou deprimidos, seria simples assim: lembrar de um bom momento, o especial (talvez haja até mesmo uma foto daquela saúde ou felicidade, a pele corada, um sorriso nos lábios, ao lado de... “congeladas” pela câmera). Oba! Retrocesso garantido à configuração anterior, estabilidade e segurança de volta através de uma rápida viagem. Será que possuímos esse recurso e desconhecemos? Afinal, há aquela história de que só usamos cerca de 10% do potencial da nossa mente...

Então, procuramos justificativas, atitudes que possam alterar os fatos, buscamos voltar oniricamente no tempo com a intenção de substituir algumas palavras, trocar objetos de lugar, enfim, agir na incessante busca de evitar o sofrimento e trazer de volta a felicidade. Afinal, é o que todos almejamos. Porém, a vida não é um filme, nem o corpo uma máquina. Não possuímos os recursos do cinema nem da informática diante dessa realidade. O que fazer? O que trará o alívio da dor? Creio que só a passagem dessas horas impassíveis de retorno. Apenas um dia após o outro têm o condão de aplacar a dor humana. No mais, resta-nos a imaginação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa, isso dá horas de conversa e cerveja! Lenir tá liberada pros copos, me disse hoje num e-mail. Vamos começar as negociações de datas e lugares. Voto no mercado são pdro.
Bejos
Val