Estava caminhando pelos corredores da Procuradoria, quando uma amiga se aproximou para fazer elogios ao meu blog e às resenhas que escrevo. Disse-lhe, então, que a maioria das resenhas não é minha, embora tenha lido os livros que indico. Copio e cito as fontes, muitas vezes por pura falta de tempo para parar e escrever, com calma, para produzir algo publicável, ainda que num blogue com poucos leitores.
Então, resolvi passear pelas páginas do ANTÍDOTO 1ª DOSE e ANTÍDOTO 2ª DOSE, para ver o que havia lá. Deparei-me com a minha própria história, através de fotos e citações de descobertas literárias e pessoais. Revi amigos, lugares, revisitei momentos e muitas recordações vieram à mente. Fiquei emocionada, lembrando dos motivos que me fizeram postar determinada letra de música ou poesia. Por quanto tempo essas emoções continuarão morando no cyber-espaço? Perderei cerca de sete anos de memórias?
Hoje fui a uma loja para transformar em DVDs as fitas de vídeo do meu casamento, nascimento das meninas e aniversários de um ano. Vou ver o resultado para ir, aos poucos, mudando a mídia dos meus reservatórios de festas, viagens e histórias. É bem provável que daqui a algum tempo eu tenha que refazer o processo passando tudo para blue-ray, sob pena de perder essas imagens: resultado da velocidade das mudanças tecnológicas.
Creio que estamos meio perdidos, principalmente as mulheres que trabalham e têm filhos, diante de tantas atividades e da responsabilidade de educar os rebentos. Até que ponto podemos ser permissivos? Até onde puxar as rédeas? Quais são os limites das cobranças? Alguns dizem que não aceitam menos de 10 nas notas escolares. Sinceramente, fico feliz quando aprendem e apresentam um boletim “apresentável” (segredo), mas vejo que estão em paz, felizes, saudáveis.
Comecei um estágio no Miraflores/Niterói. Estou adorando observar a conduta dos professores e o frescor, a fase de descobertas dos alunos. É claro que há crianças mais complicadas, que exigem um maior jogo de cintura do docente, mas, no geral, são bons meninos e meninas, entre o 6º e o 8º ano do ensino fundamental. Para mim, está sendo um período feliz, de muito aprendizado.
Em casa, estou lidando com a nova fase de idade e comportamento das minhas filhas, a caçula com 8 e a mais velha com 11 ( a menor pula etapas e segue a irmã). Coloco as duas de castigo direto, sem televisão e computador, até que entrem no ritmo de cumprir a contento as tarefas de casa. Estamos em março, houve mudança de horários (turnos) - a do 6º ano de manhã e a do 3º à tarde. Elas estavam acostumadas e gostavam de ficar/brincar juntas. Agora resta a noite - e a vida nova ainda está entrando nos eixos... Isso vale para toda a família.
E eu, vivendo, construindo minha história em meio a muita, muita ambiguidade: direito X literatura, pra variar. Dividindo meu precioso tempo entre as tarefas diárias da Procuradoria (enfadonhas, na maioria das vezes) e a minha paixão. Consigo até (nessa fase de aulas) ler menos literatura, pois preciso dar conta dos trabalhos e textos da faculdade, entretanto, essa não é a dor maior. Ruim é me sentir partida ao meio, contando os minutos para terminar os IPLs (inquéritos policiais) e processos para dedicar os momentos restantes ao que me dá prazer de verdade.
Sinto a minha escrita pesada, formal pela força do hábito. Vou ter que me exercitar muito pra fazer diferente... Só espero poder terminar o curso de letras no final do ano - mesmo sabendo que o caminho é o mais prazeroso - e ter mais tempo livre pra tudo, inclusive para colocar em prática o que venho aprendendo. Tomara!
Amigos, fico por aqui. Blog atualizado. Até mais!
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