Andei pensando nos meus referenciais... Ao buscar minha lembrança maior, quando o tema foi a felicidade, percebi que não havia nada, ninguém mais forte que meu PAI. Não lembro de ter conhecido um homem com tanta alegria de viver - com ou sem dinheiro, com ou sem dores, com ou sem preocupações, com ou sem mil motivos para estar triste - porque ele sempre procurava e encontrava um jeito de fazer graça. Para ele não existiam desgraças. O dia estava sempre bom, nunca ia mais-ou-menos. Havia sol em meio a tempestade. Havia luz, mesmo quando tombava um poste e a energia sumia durante horas a fio... Ele ligava o rádio do carro bem alto, acendia velas, fazia festa, tomava uma cerveja antes que a loura esquentasse e depois dormia ao ar livre por causa do calor, não sem antes ter metido o corpanzil num banho frio para se deitar molhado.
Lembrar dele me encanta, emociona, traz força pra caminhar... Meu exemplo? Meu herói? Sei lá! Sei que quando estou alegre, nada mais sou que o reflexo da sua alegria. Quando sou bondosa, estou apenas espelhando a bondade vivida. Ao criar minhas filhas tento repetir aquele olhar, tão presente em minha infância e durante o tempo em que estivemos fisicamente juntos.
Nossa, que confessional! Ando emotiva demais, sensível, à flor da pele. Talvez tenha sido a emoção de ter visto o nascimento de outro João e ter-lhe dado o primeiro colo.
Dona Selma vai morrer de ciúmes ao ler este post, mas sei que compartilha da mesma opinião. É também a melhor mãe que eu poderia ter, aliás, antes das minhas filhas nascerem eu imaginava que não conseguiria "chegar aos pés dela". Hoje, vejo que me empenho ao máximo para ser mãe, no real sentido da palavra, e acho que tenho me saído bem, talvez por ter aprendido isso sendo filha...
Pronto! Sem vinho para alterar os sentidos e depois de algumas lágrimas, terminei! Coloquei para fora o que não queria sair da cabeça e do coração: a minha alegria comovida por ser cria de quem sou.
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