domingo, junho 11, 2006

Fim de domingo

Essas andanças pelas livrarias têm me levado a muitas descobertas: pensamentos, pessoas, novos autores ou por mim desconhecidos, livros, cds e dvds. Enfim, são histórias que compõem a minha. Às vezes chego alegre e conversadeira, noutras, meio triste e cabisbaixa. Mas, invariavelmente - acrescida de livros, conversas, histórias ou músicas – saio de lá melhor do que quando entrei.

Na semana passada, reencontrei Viviane Mosé, com o lançamento do seu Desato. Eu já havia lido poemas dela, mas não lembrava (um livro-cd oferecido pela Corpo e Alma, há uns dois ou três anos). Fiquei surpresa, feliz diante da leitura, acompanhada de um delicioso sanduíche com vinho branco (quis ter algo de bom numa hora vaga da sexta-feira. Preciso desses mimos pra dar uma relaxada de vez em quando). Ela dizia assim:

“ (...) Pensei em te escrever uma carta sincera. Mas sincera é o quê mesmo? Ando pelas ruas pensando em me desfazer desse lugar
Que eu cavei pra te caber. O espaço que eu cavei pra te caber
Agora está vazio demais. Chorei muito esses dias. E sonhei
Com seu colo e suas mãos esculpindo meus cabelos.

Chorei duas horas seguidas. Chorei litros e líquidos. Chorei
Os rios que derramei. Meus rios onde ninguém se banha.
Ninguém navega em mim águas. Ninguém anda por mim
corpo. Ninguém dorme em mim céu.

Às vezes gosto de gente nem sempre. Mas às vezes muito.
Por um lado tenho talento para as pessoas. Por outro ao contrário.

Queria escrever pessoas inteiras, mas não hão.”

A Viviane me lembrou o Manoel de Barros.

Conversando com o Carlos (um dos meus amigos da livraria), ele me falou de “Um defeito de cor”, contou-me parte da história e eu morri de vontade daquela vida... Umas mil páginas... Desanimei, pois no ritmo em que estou, vou demorar alguns anos para terminar de ler.

Passei pela Adolescência Normal, depois, pela figura do narrador “enquanto poeta” em A hora da estrela, atravessei a tragédia grega e sigo rumo aos gêneros literários, dos quais terei que dar conta amanhã, na prova de Teoria da Literatura I. Depois: férias e 2º período da faculdade. Confesso: estou adorando isso!

Terminei meu chá, agora vou à cozinha preparar uma mamadeira para a Rafa. Larissa está vendo Chaves (ninguém merece!), depois de ter viajado pela década de 1960 e conhecido Leila Diniz, através de Ruth Rocha e Mariana Massarani.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom domingo! A propósito: Chaves é e sempre será cult aqui em casa. Eu amo seu madruga...