adj. s.m. FARM 1 que ou o que combate os efeitos de uma toxina ou veneno (diz-se de substância, medicamento, soro). s.m. 2 p.ext. o que evita ou corrige (vício, defeito, estado de depressão psicológica, paixão etc.); corretivo, remédio. ETIM lat. antidôtum,i'id.', do gr. antidoton, ou 'id'. Dicionário Houaiss
quinta-feira, junho 29, 2006
Perfil publicado no Informativo Parquet da Procuradoria da República/RJ
Perfil
Carioca, a analista processual Christiane Reis tem dupla formação: bacharel em Direito e especialista em Direito Privado (UFF) e especialista em Literatura Infanto-Juvenil (UFF) cursando o 2o período em Letras (Estácio). Escorpiana, ela exercia a advocacia antes de entrar na PR/RJ, há 10 anos.
Ídolo: meu pai.
Filme: Grande Sertão: Veredas (1965), A bela e a fera, Dogville, Sonhos, Magnólia.
Ator/atriz: Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Marília Pera, Luís Fernando Guimarães, Matheus Naschtergale.
Livro: Obra completa do Fernando Pessoa, Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa), Dom Casmurro (Machado de Assis), Berço das Desigualdades (Sebastião Salgado), O deserto dos Tártaros (Dino Buzzati), Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (Marçal Aquino).
Peça de teatro: Variações Enigmáticas (Paulo Autran e Cecil Thiré).
Programa de TV: Noticiários.
Autor: Fernando Pessoa, José Saramago, Adélia Prado, Hilda Hilst, Manoel de Barros, Ferreira Gullar, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lygia Bojunga, Vinícius de Moraes, Eça de Queirós, Drummond, Erico Verissimo, Gaston Bachelard, Dostoievski, Cervantes e muitos outros.
Música: MPB, Jazz, Ópera, Clássica, Choro, Samba.
Cantor(a)/banda: Maria Bethânia, Chico Buarque, Madeleyne Peyroux, Sarah Voughan, Cartola e Marisa Monte.
Comida: Rabada com batata e agrião, cordeiro ao molho de hortelã, massas, risoto de salmão e mais...
Point: Livraria da Travessa (Ouvidor), Empório Icaraí, Vestibular do Chope (boteco no Gragoatá, onde encontro amigas da UFF), CCBB e MAC.
Time: Flamengo.
Esporte preferido: Futebol.
Sonho: Trabalhar com Literatura.
Qualidade que admira: Generosidade.
Tenho medo de: lidar com a perda de quem amo.
Que país é este? Plagiando Lygia Fagundes Telles, cito a Bíblia (Eclesiastes: 16): “Ai de ti, ó Terra, quando teu rei é criança e quando teus príncipes se banqueteiam ao amanhecer”.
Ser feliz é: Estar com saúde, em paz com a minha família e rodeada de bons amigos.
Frase: “Não me julgo, permito-me, deixo-me ser.” (Clarice Lispector, em O aprendizado ou O livro dos Prazeres)
RESTAURANTE BRASIL - MEM DE SÁ - LAPA
quarta-feira, junho 28, 2006
Michel Lacroix – O culto da emoção, pág. 65.
sexta-feira, junho 23, 2006
quinta-feira, junho 22, 2006
Então, preciso ir rapidinho ao Reino das Águas Claras e encontrar o tal Doutor. Quem sabe ele ainda tem um desses mágicos comprimidos. Iria nos ajudar bastante...
Olhares
Lulu Santos
Ela me encontrou
Eu tava por aí
Num estado emocional tão ruim
Me sentindo muito mal
Perdido, sozinho
Errando de bar em bar
Procurando não achar
Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Eu experimentei uma sensação
Que até então não conhecia
De se querer bem
De se querer quem se tem
E ela me faz tão bem
Ela me faz tão bem
Que eu também quero
Fazer isso por ela
Ela me encontrou
Eu tava por aí
Num estado emocional tão ruim
Me sentindo muito mal
Perdido, sozinho
Errando de bar em bar
Procurando não achar
Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Eu experimentei uma sensação
Que até então não conhecia
De se querer bem
De se querer quem se tem
E ela me faz tão bem
Ela me faz tão bem
Que eu também quero
Fazer isso por ela
sábado, junho 17, 2006
Blog de "licença médica"
Em breve: novos posts no Antídoto.
Enquanto isso: cama, um pouco de filosofia e "Um filme falado" (Manoel de Oliveira), "Encouraçado Petemkin" e "Crash", com muitos "pauses", é claro...
domingo, junho 11, 2006
Era tarde nas janelas da sala.
Um gosto de tarde que eu queria lamber.
Tanho vontade de lamber as coisas que gosto.
Mesmo as que não gosto costumo lamber sem querer.
Às vezes com a língua mesmo. Molhada e escorrida.
Outras vezes uso a língua da palavra.
Quando tem espinhos ou cheiros ruins.
Ou asperezas estranhas ao paladar de minha pessoa.
Ou por nada mesmo. Por gosto.
Passo a língua nas coisas que vejo.
E passo as coisas que vejo pra língua."
Viviane Mosé, psicóloga e psicanalista, e mestre e doutora em filosofia pela UFRJ. Nossa!
Quando choram."
"Pessoas são embarcações sujeitas a afundamentos."
"Gosto de aulas excessivas no sentido de tomadas de pânico
E alegria. Aulas tumultuadas e bem-humoradas.
Gosto de aprender e acho que todo mundo gosta.
Então ensino coisas.
Deixando transparecer o que trago meio solto entre as mãos.
As coisas que tomo. E os nomes que dou.
A filosofia é um estado de decifração."
Fim de domingo
Na semana passada, reencontrei Viviane Mosé, com o lançamento do seu Desato. Eu já havia lido poemas dela, mas não lembrava (um livro-cd oferecido pela Corpo e Alma, há uns dois ou três anos). Fiquei surpresa, feliz diante da leitura, acompanhada de um delicioso sanduíche com vinho branco (quis ter algo de bom numa hora vaga da sexta-feira. Preciso desses mimos pra dar uma relaxada de vez em quando). Ela dizia assim:
“ (...) Pensei em te escrever uma carta sincera. Mas sincera é o quê mesmo? Ando pelas ruas pensando em me desfazer desse lugar
Que eu cavei pra te caber. O espaço que eu cavei pra te caber
Agora está vazio demais. Chorei muito esses dias. E sonhei
Com seu colo e suas mãos esculpindo meus cabelos.
Chorei duas horas seguidas. Chorei litros e líquidos. Chorei
Os rios que derramei. Meus rios onde ninguém se banha.
Ninguém navega em mim águas. Ninguém anda por mim
corpo. Ninguém dorme em mim céu.
Às vezes gosto de gente nem sempre. Mas às vezes muito.A Viviane me lembrou o Manoel de Barros.
Por um lado tenho talento para as pessoas. Por outro ao contrário.
Queria escrever pessoas inteiras, mas não hão.”
Conversando com o Carlos (um dos meus amigos da livraria), ele me falou de “Um defeito de cor”, contou-me parte da história e eu morri de vontade daquela vida... Umas mil páginas... Desanimei, pois no ritmo em que estou, vou demorar alguns anos para terminar de ler.
Passei pela Adolescência Normal, depois, pela figura do narrador “enquanto poeta” em A hora da estrela, atravessei a tragédia grega e sigo rumo aos gêneros literários, dos quais terei que dar conta amanhã, na prova de Teoria da Literatura I. Depois: férias e 2º período da faculdade. Confesso: estou adorando isso!
Terminei meu chá, agora vou à cozinha preparar uma mamadeira para a Rafa. Larissa está vendo Chaves (ninguém merece!), depois de ter viajado pela década de 1960 e conhecido Leila Diniz, através de Ruth Rocha e Mariana Massarani.
sexta-feira, junho 09, 2006
quarta-feira, junho 07, 2006
Quanto a Hilda Hilst...
Cioran
“Ode descontínua e remota para flauta e oboé – de Ariana para Dionísio”
Hilst e Baleiro – o noviciado de uma parceria literomusical
Marcio Paschoal
Em tempos de vendedores de flores ensinando amores a seus filhos, chega a ser um sopro de esperança a chegada ao mercado de “Ode descontínua e remota para flauta e oboé – de Ariana para Dionísio”, reunindo dez poemas do livro “Júbilo, memória, noviciado da paixão”, de Hilda Hilst, e musicados por seu amigo e admirador Zeca Baleiro.
O disco inaugura o selo Saravá (junto com o CD póstumo de Sergio Sampaio “Cruel”). O projeto de Zeca musicar a autora de “Contos d`Escárnio” vem desde quando, na condição de fã, ele lhe mandou seu disco de estréia. Na época, Hilda comentava com ele, num misto de sinceridade e ironia, que literatura não dava camisa a ninguém, e que estava cansada de ter só prestígio. Era o sinal para o início da parceria.
Foram dois anos de gravações, calmas, sem afobações de cumprimentos de prazos, e o resultado pode ser logo pressentido nos arranjos simples e flertando com a atmosfera medieval, antevista por Baleiro no cerne da poesia de Hilda. Os poemas são pautados nas alegorias de entrega apaixonada da personagem principal por Dionísio.
Zeca veio a descobrir serem esses poemas meio autobiográficos, ou seja, uma paixão profunda da escritora, camuflada em seu alter ego Ariana. As dez intérpretes do disco dispensam apresentações e mais detalhes: Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro; Ná Ozzetti; Zélia Duncan; Olívia Byington, Mônica Salmaso e Angela Maria. Rita abre o disco com categoria; Ângela Ro Ro está ótima, com seu timbre mais grave; Ná Ozzetti à vontade nos agudos; Verônica, Olívia, Monica e Jussara confirmam o que delas se espera; Zélia Duncan tem a melhor música (Canção VII); Bethânia cumpre tabela e a Sapoti Ângela Maria parece um tanto destoante das demais, como se não emprestasse sua voz às canções, e sim ao contrário.
A parte musical tem fino trato nos arranjos delicados e competentes. Carlos Ernest nos sopros descontínuos e remotos, e Zeca ao lado de Swami Jr nos arranjos de base. O time de músicos deixaria qualquer Ariana feliz e entregue: Tuco Marcondes, Benjamim Taubkin, Zeca Assumpção, Toninho Ferragutti, Jaime Alem, entre outros.
“Ode descontínua e remota para flauta e oboé” é o resultado de um projeto bolado e tocado com mais emoção que outras empreitadas movidas pelo despotismo do mercado. Noblesse e l´argent, comme il faut. Um disco independente e lúcido, que, antes de soar a uma quixotada bem-vinda, pontua a carreira deste maranhense que prima pela oportunidade saudável de surpreender.
De Arari e das esquinas do mundo para as poéticas planícies do planeta Marduk. Como Hilda gostaria.
Suei para conseguir o cd, mas valeu a pena! Essa obra prima, assim como o Carioca do Chico têm sido presentes para os meus ouvidos.