Vivem me perguntando: como você consegue fazer tantas coisas? Trabalhar, fazer faculdade, monografia, cuidar das crianças, da casa, do marido, etc. Respondo que tenho ajuda, mas ainda assim, é cansativo, não sei como dou conta. Será que dou? Devo deixar furos em algum lugar. O resultado do trabalho no MPF pode não ficar como eu gostaria; deixo de ler o que sinto vontade; escrever, com calma, raramente. Só numa atividade faço questão de deixar o menor número de faltas possível: ser mãe! Aí o bicho pega, na hora de ajudar nos trabalhinhos de casa, de contar histórias - segurando aquelas mãozinhas - antes de dormir... Preciso desses momentos pra me sentir bem e o dia ficar completo. Não rola só culpa, mas é como se faltasse algo em mim.
Posso até não dar certo com o Direito, derrapar nessa história de faculdade, mas como mãe eu PRECISO acertar, ficar na média, não causar grandes danos às cabecinhas das minhas filhas. Isso é o que realmente importa. Vejo tantos maus resultados de criações ruins... Sinto medo.
Pra vida não tem ensaio, é ao vivo e a cores, mas bem que podia dar pra fazer um rascunho, passar um liquid paper em alguns momentos, dar uma olhadinha no futuro...
É, "tem que viver pra ver". Tô pagando.
Um comentário:
Como acordei com o Chico Buarque hoje vou mandar um verso dele: "Não se afobe, não/que nada é pra já..."
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